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— Sua mãe foi conversar comigo.

— Hum? — Vejo os olhos crescerem atrás do copo que ele retira lentamente dos lábios. — O que?

— Disse que está com medo de nós dois sairmos machucados. Que fomos precipitados demais.

— E que eu não pareço o cara certo para você, que somos muito diferentes. — Conclui. E me vejo triste por ele nesse momento. Não gosto da ideia de que já ouviu isso outras vezes.

— Mas eu não penso assim...

Não era minha intenção levar calma até Jungkook, mas falar a verdade. Ainda que seja necessário mais tempo para nos aprofundarmos na existência um do outro, eu não penso que o homem errado seja alguém que me fez tão bem, quando o homem dito como certo a vida inteira, foi quem me causou danos irreparáveis.

— Eu também não, na verdade não acredito nessa babaquice de pessoa certa.

Me deixa sem palavras após continuar e dizer sobre existir apenas pessoas, e que nelas a gente encontra o que nos faz gostar, e o que nos faz odiar, e assim escolhemos quem amar, quando a paixão flui naturalmente. Que me escolheu.

— Eu encontrei em você o que eu gosto, o que me fez desejar algo diferente. Apenas quero tentar, o que vai definir se vai dar certo ou não, são as nossas escolhas conscientes, não quem você é por ser quem você é. São outras coisas muito além disso.

— Desculpe me intrometer, mas concordo. — Um senhor de idade diz sorridente ao me entregar uma bebida, sorrimos com o comentário, acho que foi esquecido por nós o local público.

— A única coisa que me impede de ficar com você, é você mesma, se por acaso não me quiser. — Mesmo estando com o copo na boca, meus lábios se curvam em um mínimo sorriso. — Vai me impedir? — Pergunta com aquele jeito provocador, exclusivo dele.

— Não. — Beijo sua boca, feliz.

Depois, seguimos explorando, decididos a não deixar nada atrapalhar nosso momento. Jungkook degustava mais do que eu, porém estava atento ao controle, como sou fraca para bebidas, estando de moto, não seria favorável nem para ele e nem para mim.

Jungkook continua contanto as histórias das outras vezes que esteve por aqui, e o jeito que arranja de fazer qualquer um dos casos ficar cômico, me deixa ainda mais hipnotizada com suas maneiras. Nunca alguém me fez sorrir tanto em um tempo tão curto quanto esse. Não largo seu braço, ao ouvi-lo, e nem sua mão que acolhe a minha perfeitamente.

— Prova. — Jeon leva até minha boca a cerveja que disse ser sua preferida.

— Aprovada. — Ele limpa os cantos do meu sorriso, e logo da mais um gole, preso nos meus olhos.

— Adoro o gosto dela, mas eu ainda prefiro o seu.

— Oh. Meu Deus você... — Bato em braço. Deu passos para frente rindo, me deixando falar com suas costas. — Ficou muito soltinho. 

— A culpa é sua. Que fiquei bem claro. — Pisca. Reviro olhos pelo seu jeito descontraído que me deixa tímida.

Fico atrás observando o quanto ele parecia a vontade, e tem um charme diferente, em todos os aspectos. Para variar estava todo de preto, e apesar de muitas pessoas estarem também, Jungkook conseguia se destacar. Não me canso de admirar sua presença marcante. E amo quando usa aquela jaqueta de couro, foi assim que estava quando o conheci.

Quando já estava me despedindo da alegria que parece eterna quando estou com ele, porque o passeio estava chegando ao fim, e teríamos que nos despedir, Jeon começa a beijar meu pescoço, fazendo um pedido que tem minúsculas chances de ser recusável.

— Por favor. Dorme comigo hoje. — Entre a cada palavra, um beijo, derreto em seus braços que prendem meu corpo por trás. — Vamos para o meu apartamento, hum? O que você acha?

— Eu... — Mal consigo me virar para olhá-lo e sou supreendida pelos toques firmes. Todos meus sentidos se vão.

E da mesma forma, entramos em sua casa, só houve pausa no momento em que estávamos na pista. A porta recebe um empurrão com qualquer outra parte do corpo que não fosse as mãos, elas estavam ocupadas ao redor de mim. Estava muito presa a ele. Me aperta, me beija, me carrega.

Totalmente alheios a tudo, e até derrubando algumas coisas que no momento não são importantes para nós, ao chegar ao quarto, sobra em nós o mínimo de peças possível. Entregues aquele vício, viciados em imaginar que só existe nós dois, que nada mais importa, os problemas não existem. Apenas a nossa felicidade íntima.

Fazemos como se o mundo fosse acabar, mas também como se tivéssemos todo o tempo do mundo. O desespero de ser um do outro parece ainda maior do que da primeira vez. E é a melhor sensação que já tive, o meu desejo é sempre ter mais e mais vontade de estar amando quem tem tudo o que me faz gostar.

MAGNETISM. jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora