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Anoiteceu, eu estava debruçada em uma das cadeiras da sala de espera, eu tinha a opção de estar dentro do quarto do paciente, e talvez deitada numa poltrona não tão confortável, porém melhor do que o acento que estou agora. Mais optei por não entrar, era estranho ficar vendo o Kim, principalmente nessa situação em que ele se encontra.

Minha mãe foi para casa, pedi para que ela fosse descansar, eu passaria a noite aqui, pois pelo que entendi os pais dele só vão conseguir chegar pela manhã. O tempo chega a passar com ainda mais lentidão quando queremos que ele tenha pressa, e é isso que está me enlouquecendo.

— Você ainda teve coragem de vim? — Me espanto com a mulher que sem que eu percebesse chegou aqui.

— Que tipo de cumprimento é esse Srt. Davis?

— Não tem vergonha de vim pagar de boa esposa depois de passar a noite com seu amante? — Eu não estava esperando esse comportamento da parte dela, arregalei meus olhos imediatamente.

— Eu não estou afim de entrar em nenhuma discussão, principalmente aqui, mas não vou tolerar seus insultos, nem a sua falta de respeito.

— Respeito... Você conhece essa palavra? Vai me perdoando, mas nossa, que difícil de acreditar. — O seu deboche aumenta ainda mais a raiva que aos poucos vou sentindo. — Você deixou o Kim nessa situação, é por sua causa que ele está aqui.

— Você não sabe do que está falando, eu acho melhor você abaixar o seu tom e se retirar daqui! — Uso toda a firmeza e autoridade que consigo na minha voz.

— Ele me ligou, totalmente destruído, e me contou o que aconteceu, fui até onde ele estava e quando cheguei o estrago já estava feito, o pior já tinha acontecido.

— Tenho certeza que ele ocultou muitas coisas, e você não sabe metade do que aconteceu e acontece entre nós, não deve se intrometer.

— É óbvio que sei, afinal ele precisava me contar detalhe por detalhe para que eu pudesse consolar ele da melhor forma possível... — Ela sorri de canto, um sorriso sujo. — Na minha cama.

Me segurei o máximo que pude para não deixar a marca dos meus dedos em seu rosto, além de ser proibido coisas desse tipo em hospitais, eu ainda estou cansada de todas as formas, sem disposição sequer para me defender.

— Vai embora, Davis. — Tento, de olhos fechados me controlando.

— Você não tem moral para isso! Eu quem o ajudei, você quem deveria ter vergonha de estar aqui! — No momento em que seu dedo se próxima do meu rosto, outra voz sobressai a dela.

— O que está acontecendo aqui? — Me espanto com a presença de Jungkook. Parado no corredor com uma sacola em mãos ele muda de expressão notando que a situação não é agradável.

— E você, quem é? — A mulher pergunta, o olhando com indiferença.

A troca de olhares entre mim e o Jungkook, além do nosso silêncio, foi suficiente para ela entender, e a vejo sentar em um dos acentos e cruzar as pernas de forma exagerada, sorrindo sarcasticamente.

— Então esse é o seu próximo brinquedinho? Até que você tem bom gosto para homem, mas infelizmente não posso dizer o mesmo para eles. — Cruzo os braços quando sou analisada dos pés a cabeça. E vejo que não posso suportar mais, caminho até Jungkook e seguro firme em seus braços.

— Vamos para outro lugar. — Sussurro, e ainda sem reação ele me acompanha.

— Vai fugir? Isso tudo é vergonha, porque não quer que saibam quem é o homem com quem você traia seu marido? — Nós dois viramos juntos com o insulto da mulher.

— Não da para você tentar me ofender assim, afinal, se for desse jeito estamos de igual para igual, ou vai dizer que você não é amante do marido dela também? — Jungkook toma a frente. Percebo a inquietação no rosto dela ao ouvi-lo.

Aproveito para puxar o homem de vez e sair finalmente dali, meu corpo relaxa com o cheiro que ele exala, ou talvez seja por finalmente ter aqui comigo alguém com quem eu me sinta bem, depois que minha mãe foi embora.

— Porque está aqui?

— Vim trazer sua janta. — Ele mostra a sacola. — Sei que achamos melhor eu não aparecer por aqui, mas quando você me disse que estaria sozinha essa noite, não resisti. E não pode me reclamar, ninguém gosta de comida de hospital.

— Você é impossível mesmo. — Bato de leve em seu peito, sorrindo, porém ele não faz o mesmo.

— O que ela fazia aqui? E quem é ela? Para começar...

— É extremamente quem você pensou, amante dele, secretária também, mas o problema é que ela sente que está no direito de fazer o que quiser só porque tem um caso com ele. Já sei que fui traída, e quando descobri nem foi com ela, então o que não suporto mesmo é essa arrogância, é ela achar que pode tudo por isso. — Abraço meu próprio corpo, exalando frustração, e logo Jeon também me acolhe com o seu.

MAGNETISM. jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora