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A conversa não foi prolongada, nossas mães deixaram suas opiniões claras, que por sinal são as mesmas. A mãe do Jeon foi direta e logo pariu. Me senti minúscula, totalmente constrangida, parecendo uma adolescente ouvindo uma bronca depois de ter namorado escondido e todos ficarem sabendo.

Jungkook foi usado como argumento, sobre ele não ter nada a ver comigo, sobre como posso me machucar me envolvendo com ele, porque nem sua mãe não tem certeza se ele é alguém que deseja um compromisso. Falaram também sobre como fui precipitada, saindo de um relacionamento tão conturbado e me entregando a uma aventura. Como elas chamaram.

Eu não tive certeza sobre quem estava certo e quem estava errado. A certeza que tenho é que não dei ouvidos, acho que o sentimento de ser uma adolescente um pouco inconsequente tomou conta de mim, e estou justamente nesse momento me arrumando para encontrá-lo.

O farol da moto brilhava atrás dos portões da casa, desço a escadaria sedenta para sentir seu toque, seus braços, seu beijo. Me entrego ao aperto cheio de saudade, mesmo não passando tanto tempo desde nossa última vez.

— Você está bem? — Pergunta apertando minha cintura.

— Com você pareço estar sempre. — Toco os lábios alheios com os meus.

Jungkook se ajeita na moto, me ajudando com o capacete. Subo logo em seguida, indo direto com minhas mãos até seu corpo, além de gostar muito desse contato, também não me livrei totalmente do medo da máquina com a qual quase fui atropelada certo dia. Mas eu estava começando a gostar dessa sensação, acho que tudo que o envolve, me atrai muito.

— É um evento que acontece algumas vezes, e eu costumava ir sempre sozinho, eu juro que estar indo com você é a realização de um sonho. — O sorriso aberto me amolece. —  Sempre quis uma companhia para compartilhar minha experiência e opinião.

Não vou questionar porque ele nunca levou pelo menos uma garota com quem teve uma noite, ou o seus amigos de trabalho, prefiro guardar somente a informação de que sou a primeira que ele escolheu para isso.

— O que é exatamente? — Desço da moto empolgada, expondo minha ansiedade.

— Primeiro vem cá. — Com delicadeza me puxa para perto, ele já estava apenas encostado no banco.

Sua língua procura a minha, me deixo livre em seus braços, entregue a cada toque. Ele tem aquele aperto que não machuca, mas que me deixa pedindo por mais. Jungkook e eu nos beijamos, enquanto as pessoas ao nosso redor passavam e não tinham ideia de como eu me sinto no paraíso.

— Fiquei pensando em você o dia todo.

— Eu também. — Assumo sorrindo, e seu sorriso volta a acompanhar o meu, numa dança boa que só nossos lábios fazem.

Depois da nossa noite, percebo o quanto nos soltamos mais nesses momentos, principalmente no que se refere a mim, permito o passeio dos meus dedos por partes que descobri que ele gosta. Já Jungkook parece não ter descoberto os meus pontos fracos, mas sim planejado todos, porque faz tão bem, quanto alguém que os criou faria.

— Meu batom está bordado?

— Sim. — Ri devorando meus lábios com o olhar.

Jungkook mete a mão na minha bolsa, a princípio não entendo, mas vejo o gloss entre seus dedos. Começa tirando a tampa, e depois me olha calado, sem aviso me beija pela terceira vez, deixando alguns selares no final. Agora se vê pronto para cobrir meus lábios com o produto.

— A sua boca é linda. — Declara concentrado nela, deslizando o pincel. — Tudo em você é lindo, porra, os seus olhos, quando te via embaixo de mim com eles cheios de água, pedindo mais, eu juro que ao mesmo tempo que foi motivador, foi destruidor, senti que poderia morrer.

— Jungkook...— Bato em seu ombro, ele sabe me deixar sem jeito como ninguém. — Ficou bom?— Faço um bico, e ele passa o dedo no contorno da minha boca, corrigindo.

— Perfeita. Só vira de costas de novo para eu não voltar a borrar.

Sigo em sua frente rindo, e quando me alcança, pega firme na minha mão. Começamos a caminhar por um caminho movimentando, muitas pessoas iam e vinham, em um corredor largo, com árvores e grama. Algum tempo depois vejo uma feira ao ar livre esperando por nós.

— O que é isso?

— Um festival de bebidas! — De frente para mim ergue os braços, feliz. Dou risada de sua atitude infantil, mas também porque isso é muito aleatório, mas combina com ele.

— Você não existe, Jungkook. — Continuo sorrindo. É difícil parar perto dele.

— Claro que existo, estou bem aqui na sua frente. E o melhor...— Recebo um breve selinho. — Todo seu.

Prendo nossas mãos de novo, e vamos nos aproximando das barraquinhas, todas bem organizadas. Várias pessoas espalhadas, algumas fazendo brindes, provando as bebidas, sorrindo, jogando conversa fora. Não é mesmo o tipo de lugar que estou costumada a estar inserida, mas estava adorando. Sentindo a felicidade depois de muito tempo.

MAGNETISM. jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora