Nem imaginei o caos que estaria acontecendo na minha família assim que sai da cafeteria, coloquei meu celular que estava sem bateria para carregar assim que entrei no carro, e a partir disso veio uma chuva de notificações.
Diversas mensagens e ligações perdidas da minha mãe e do meu pai, em um dos textos minha mãe falou que o Kim havia perguntado se eu estava dormindo na casa deles, e me irrita porque sei que ele fez isso apenas com a intenção de criar esse tumulto todo.
Dirigi com cuidado até chegar a casa onde fui criada, um dos empregados me olhou com espanto e alívio, provavelmente a casa toda foi mobilizada, respirando fundo, entro e me deparo com os três na sala, a essa altura já estavam sentados conversando porque mandei mensagem avisando que estava bem e que estava a caminho.
— Meu amor. — Minha mãe parte em direção a mim um pouco apavorada.
— Oi.
Sinto seus dedos acariciarem meu cabelo, enquanto encaro a figura atrás dela, Kim me olhava sem expressão enquanto eu demonstrava todo meu ódio pelo olhar. Eu não estava acreditando que ele teve a capacidade de ir até lá.
— Kim falou que você não havia dormido em casa, quase nos matou do coração filha.
— Desculpa mãe. — Olho para ela pela primeira vez, enquanto penso numa desculpa. — Tive muito trabalho e fiquei sem querer dirigir para casa, estava exausta, então dormir num local perto do trabalho.
Kim corça a garganta. Deve está querendo contar para meus pais que estou mentindo, mas sabe que não pode contar a verdade. Eu estava usando toda a resistência que meu corpo é capaz de ter para não avançar no seu pescoço agora.
Ele é muito cínico.— E não avisou a ninguém? — Foi a vez do meu pai dizer algo.
— Eu avisei ao meu marido. — Sabendo que ele não iria contar a verdade, joguei nas costas dele essa mentira.
Meus pais olham para ele no mesmo instante, vejo que se sente pressionado e decide dizer alguma coisa.
— Provavelmente mandou no meu outro celular, infelizmente acabei esquecendo ele na empresa.
— Tá explicado então. — Digo.
— E falando nisso, estou atrasado. Preciso ir.
— Não quer tomar café com a gente agora, mais tranquilo? Aproveitar que tudo se resolveu. — Gostaria muito que meu pai não tivesse dito nada, mas eu sabia que Kim negaria, então não me alarmei muito.
— Agradeço sogro, mas o dever me chama. Até mais tarde. — Ele passa por mim e percebo que depositaria um beijo no meu rosto, mas rapidamente me desvio.
Ficou um clima estranho, mas não muito difícil de lidar, e expliquei ao Kim que ficaria na casa dos meus pais por esse dia e essa noite. Ele concordou e se foi. Ainda bem.
Obviamente haveria questionamentos por parte da minha mãe, que me puxa para o canto e começa a me interrogar. Eu acabei contanto um pouco da verdade, falei que discutimos e que preferi dormir fora.
Eu ainda não me sentia preparada para falar abertamente sobre tudo com outra pessoa.
Decidi passar o dia por aqui, recebendo carinho dos meus pais, e percebi o quanto isso me fazia falta, me senti culpada por demorar as vezes para vir. Eu os amo demais, e sei que sentem o mesmo, não consigo imaginar como seria se descobrissem tudo que está acontecendo.
Causar preocupação neles é a coisa que mais me preocupa.
Kim estava acabando comigo, não acredito que tive que sai de casa por um comportamento absurdo do homem que me casei, isso era assustador de pensar, quando as lembranças dos momentos perfeitos se passavam em minha cabeça.
Eu estava temendo a pessoa que jurou me amar e me respeitar até o fim de nossas vidas, e isso me quebrava de formas diversas. E essa foi a minha reflexão durante todo o dia que passei sem fazer nada na casa dos meus pais.
No final de tudo, tomei a decisão de voltar para a minha, e dormir no local que é meu por direito, eu não sei se estava tomando a decisão correta e nem de forma bem pensada, mas eu apenas deixei minha raiva falar mais alto.
Achei absurdo abrir mão do meu conforto por causa daquele homem que nem sequer passa mais do que doze horas naquela casa. Mesmo minha mãe pedindo para que eu ficasse, a minha decisão foi ir.
No fundo eu até me sentia um fardo para eles, uma adulta que não estava sabendo resolver a crise em seu casamento e sempre corre para a casa dos pais como uma adolescente inexperiente.
Mesmo sem saber se tinha muita razão ou não, ou se estava certa ou não, de forma alguma eu me arrependeria de ter retornado para casa. Graças a impulsividade que apodera de mim, pude arrancar motivos plausíveis para dar adeus de vez ao inferno que estava metida.
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MAGNETISM. jjk
FanfictionCorrentes elétricas em nosso sangue, física em cada parte de nós, magnetismo nos seus toques e no meu arreceio de amá-lo. Uniões decadentes faz com que vidas opostas sejam traçadas, batalhas entre amor, traição e miséria sejam travadas, findam coisa...