Capítulo 83 - Thiago dá Adeus.

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O dia já estava ensolarado novamente. Pedro acorda com o sol batendo em sua coberta e depois em seus olhos. O sol estava forte, mas com o frio que estava lá fora, não iria ser "tão calor" quanto imaginava.

-Agh... Tuito... – Ele parecia cansado demais e apenas passou as mãos nos olhos para depois se espreguiçar.

Em outro lugar, Thiago acordava, "normal" mas que, por sua vez, NADA estava normal. Tudo aquilo era culpa dele. O motivo de Pedro estar "doente" foi ele. Se Pedro ficou bravo, estressado, triste, depressivo e perdido, tudo aquilo foi culpa dele. Se aconteceu a morte de seu amigo de tripulação, AQUILO ERA CULPA DELE.

Então, para acalmar a situação, pegou uma banana e comeu lentamente, sem emoção. A banana, de qualquer jeito, estava mais mole do que nunca fora estas bananas. Thiago foi descascar o resto da banana e um pedaço grande caiu no chão, fazendo uma sujeira bem perceptível no chão da madeira.

-Queria ser este pedaço... cair e cair... e desaparecer. – Ele comia o resto da banana e ia para a cabine, mesmo sabendo da situação de seu companheiro... na verdade, ex-companheiro.

*TUC, TUC, TUC* - Ele batia na porta.

Por um tempo, achava que Pedro o estava ignorando, quando ouviu um: "CLEC" e assim, a porta se abriu. Pedro estava com olheiras, cansado, seus olhos vermelhos de cansaço e tristeza ao mesmo tempo, por ter chorado talvez.

-O que foi, Thiago? – Ele perguntava sério.

-O contrato, Capitão.

-Não me chame mais de Capitão. Entre. Sente-se. – Ele saía da porta e se direcionava a sua cadeira de Capitão e pegando nas gavetas, um papel e uma pena.

Ele escrevia rápido. Thiago apenas olhava, não falava nada. Ele colocava a mão na cabeça, olhava para o papel e batia na mesa com raiva. Pegava o papel, amassa ele e joga com força ao canto da sala.

-Tá bom, então né...

Ele pegava outro papel e escrevia rápido. Ele terminava e entregava para Thiago, sua pena e seu papel.

-Assine aqui. Agora.

Thiago assinava.

-De nada. – Thiago agradecia.

Pedro pegava o papel. Conferia umas últimas coisas e assinava rápido.

-Aqui está sua comprovação de contrato para sua retirada na tripulação. Venha. – Ele saía da sua cadeira, pegava o papel e abria a porta e ia em direção à prancha.

-Ah... – Ele se direcionava à prancha.

-Vá para o Estranho Misterioso e entregue isto. – Ele virava de costas.

-Não, Pedro! – Thiago o chamava.

-O que foi desta vez? – Virava de novo.

Thiago corria e abraçava Pedro. Ele se arrependia. Agora já estava feito.

-Eu te amo, Capitão Pedro. – Ele olhava nos olhos dele.

-Adeus, Thiago. – Pedro começava a chorar, por um motivo que ele não sabia o que era.

Ele virava-se de costas e saía do barco. Pisava naquele píer. Thiago, agora, não fazia mais da tripulação. O melhor amigo de Pedro se foi, por causa dele.

-A culpa foi minha. – Ele se agachava e começava a chorar muito e foi para a cabine chorar mais.

Soled saía do deque inferior e subia as escadas. Via Pedro chorando e Thiago indo para o Estranho Misterioso com um papel com algumas escritas nele. Correu até Pedro e viu se ele estava bem. Pelo jeito, não.

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