Takashi— Bom dia querida!
A claridade intensa nos meus olhos me fizeram me esconder debaixo do edredom verde água.
Já era hora de acordar?
Eu não quero... Eu não quero ir para a escola, nem levantar da cama agora. Se não eu teria que me arrumar, pentear meu cabelo, ver aqueles repórteres cara de cavalo e ficar me escondendo na escola.
Me escondi debaixo do edredom, talvez Chyio achasse que eu estava dormindo e me deixaria aqui, sozinha, na paz e tranquilidade do meu quarto. Me embrulhei no cobertor e virei de costas para Chyio.
— É melhor deixar isso daqui fechado. — Ela falou para si mesma, fechando as cortinas brancas do quarto. Acho que ela notou que a fachada da casa está lotada de repórteres. — Vamos, mocinha! Vai acabar se atrasando.
É exatamente isso o que eu quero.
Já que a minha tentativa de me esconder não deu certo, tirei o edredom da minha cara e me sentei na cama. Olhando para Chyio, que soltou uma risada.
Eu sei exatamente o motivo do riso dela. Eu estou com a cara amassada, o cabelo embaraçado e uma expressão de desgosto no rosto.
— Eu sei. A escola pode ser bem chata. Mas vai por mim, é importante. — Ela se aproximou e se sentou na cama, eu a encarei.
Lá vinha Chyio e seus discursos de vida. Eu me pergunto quando ela dorme. Ela chega cedo e vai embora tarde da noite, quando eu já estou dormindo. E faz isso todos os dias. Ela tem algum superpoder de teletransporte ou coisa assim?
— Na minha época, ir para a escola era coisa de rico. Meus pais sofreram muito para me colocar na escola. — Ela apertou o nó do avental — faculdade então? Raríssimo!
Chyio costuma me lembrar do seu passado melancólico e de como as coisas eram difíceis. Sem internet ou comunicação ligeira, só com os livros gigantes e velhos, da escola extremamente rígida. Ou então de como as coisas pareciam um mundo de vidro, onde você seria espancado por qualquer deslize ou palavra dita.
Eu aprendi que é feio julgar as pessoas apenas de olhar. Talvez fosse do jeito que Chyio dissesse, e as pessoas parecessem tão violentas quanto um tigre com fome, mas às vezes parece tão exagerado... E eu nem se quer consigo perguntar ou contrariar, porque sabia que viria apelação e indignação para o meu lado.
— Então aproveita essa chance garota. E olhe só, as férias já estão quase chegando, você só precisa aguentar mais um pouco! — Ela deu uma piscadela e fez um cafuné na minha cabeça.
Realmente o ano letivo estava quase acabando, e tudo o que eu queria era que as férias chegassem logo! Porque eu já não estava mais suportando acordar cedo todos os dias. Como os adultos aguentam?
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My Dear Detective
Hayran KurguKakashi é um renomado detetive. Famoso por solucionar os casos mais loucos e abstratos impostos e sempre está pronto para um novo desafio. Mas o que ninguém sabe é que nem mesmo o Detetive Perfeito soluciona todos os crimes. Há nove anos um desapar...