Capítulo 32

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Takashi

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Takashi

— Bom dia querida!

  A claridade intensa nos meus olhos me fizeram me esconder debaixo do edredom verde água.

Já era hora de acordar?

  Eu não quero... Eu não quero ir para a escola, nem levantar da cama agora. Se não eu teria que me arrumar, pentear meu cabelo, ver aqueles repórteres cara de cavalo e ficar me escondendo na escola.

  Me escondi debaixo do edredom, talvez Chyio achasse que eu estava dormindo e me deixaria aqui, sozinha, na paz e tranquilidade do meu quarto. Me embrulhei no cobertor e virei de costas para Chyio.

— É melhor deixar isso daqui fechado. — Ela falou para si mesma, fechando as cortinas brancas do quarto. Acho que ela notou que a fachada da casa está lotada de repórteres. — Vamos, mocinha! Vai acabar se atrasando.

É exatamente isso o que eu quero.

  Já que a minha tentativa de me esconder não deu certo, tirei o edredom da minha cara e me sentei na cama. Olhando para Chyio, que soltou uma risada.

  Eu sei exatamente o motivo do riso dela. Eu estou com a cara amassada, o cabelo embaraçado e uma expressão de desgosto no rosto.

— Eu sei. A escola pode ser bem chata. Mas vai por mim, é importante. — Ela se aproximou e se sentou na cama, eu a encarei.

  Lá vinha Chyio e seus discursos de vida. Eu me pergunto quando ela dorme. Ela chega cedo e vai embora tarde da noite, quando eu já estou dormindo. E faz isso todos os dias. Ela tem algum superpoder de teletransporte ou coisa assim?

Na minha época, ir para a escola era coisa de rico. Meus pais sofreram muito para me colocar na escola. — Ela apertou o nó do avental — faculdade então? Raríssimo!

  Chyio costuma me lembrar do seu passado melancólico e de como as coisas eram difíceis. Sem internet ou comunicação ligeira, só com os livros gigantes e velhos, da escola extremamente rígida. Ou então de como as coisas pareciam um mundo de vidro, onde você seria espancado por qualquer deslize ou palavra dita.

  Eu aprendi que é feio julgar as pessoas apenas de olhar. Talvez fosse do jeito que Chyio dissesse, e as pessoas parecessem tão violentas quanto um tigre com fome, mas às vezes parece tão exagerado... E eu nem se quer consigo perguntar ou contrariar, porque sabia que viria apelação e indignação para o meu lado.

— Então aproveita essa chance garota. E olhe só, as férias já estão quase chegando, você só precisa aguentar mais um pouco! — Ela deu uma piscadela e fez um cafuné na minha cabeça.

  Realmente o ano letivo estava quase acabando, e tudo o que eu queria era que as férias chegassem logo! Porque eu já não estava mais suportando acordar cedo todos os dias. Como os adultos aguentam?

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