Capítulo 29

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Hanare

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Hanare

  A ventania cortante machucava meus tímpanos, sua intensidade faz minhas orelhas arderem e minha cabeça latejar.

  Ao abrir os olhos, me encontrei numa impiedosa nevasca. O chão completamente coberto pela neve e a ventania que arrastava os flocos fazia meu corpo perder cada vez mais a temperatura.

Onde eu estava?

  Eu não tinha roupas adequadas para aquela situação, mas mesmo assim meu corpo não sentia o frio que deveria sentir. Estava tudo gelado, de fato, mas ainda conseguia me mover perante as circunstâncias.

  Abracei meu corpo, espalmando minhas mãos sobre meus braços, numa tentativa inútil de me aquecer. Olhei ao redor tentando captar alguma coisa que me guiasse para fora daquela nevasca.

  O frio cortante embaçava minha visão, e a paisagem completamente branca me fazia ter ilusões de ótica.

  Minha respiração começou a ficar ofegante, e uma leve névoa saia da minha boca. Minha temperatura corporal estava descendo, muito além do que seria saudável, mas mesmo assim, ao invés de estar congelando e não conseguir me mover, meu corpo somente tremia.

  Minha garganta ficou absurdamente quente, e tossi duas vezes, expelindo sangue do meu corpo. Agora minha boca estava manchada de sangue. Minhas narinas aqueceram e com a mão direita a toquei, a narina direita estava sangrando também.

  Mas havia algo diferente em meus dedos, eles estavam negros.

  Quando me dei conta, eram luvas de couro, e não meus dedos pintados de preto.

  Reparei mais em meu visual, era... Meu uniforme. Todo de tecido justo, com faixas de couro ao redor das pernas para segurar facas e lâminas, além de armas. O cinto sem fivela ajusta a minha cintura, eu tinha botas negras altas, com cadarços, que lembravam coturnos.

  Minha respiração começou a ficar descompensada com a possibilidade de estar acontecendo novamente.

  Corri apressada, até algum lugar que eu passe a ver meu próprio reflexo, qualquer coisa que servisse para ver meu próprio corpo.

  Minha pernas arrastaram na neve, me obrigando a fazer mais força e a forçar minha vista para enxergar em meio a nevasca.

  Corri dezenas de metros, até ver uma fina camada de gelo sob meus pés.

Um lago congelado.

  Me ajoelhei na beirada do lago, conseguindo ver, de alguma maneira, meu próprio reflexo.

  Assim pude ter certeza que eu estava vestindo meu antigo uniforme. Havia acertado todos os detalhes da cintura para baixo. Mas do tronco para cima, ele também não tinha nada de diferente.

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