Kakashi
Meus pés caminham pela areia úmida, enquanto a sola dos meus calçados demarcam meus passos e os grãos minúsculos da areia grudam nas solas. A cada passo que dou, não sei se estou pronto para aquilo ou se de fato espero por algo além do que as respostas me dizem, do que elas me mostram… de todos os mistérios vagos em minha mente, a fome insaciável e o fato de não superar ou de ao menos conseguir seguir em frente… tudo isso começa a se fazer terrivelmente questionador, porque só não seguir em frente? Como estar tão ligado a alguém a ponto de simplesmente não conseguir esquecer?
Talvez a maior dor, seja essa.
Me sentindo como um robô que caminha sem rumo, ou sem um propósito aparente, apenas andando pois está sendo controlado para isso, porque as ondas e sinais e toda a física que envolve máquinas controladas ordenam que a máquina se mova ou que faça alguma função. Entretanto, a minha sala de controle ou minhas funções eram ativadas pelas perguntas que vagam meu cérebro cada vez que não aceito as situações, ou quando as perspectivas me assolam querendo me avisar que de outra maneira, as coisas podem ou não fazerem sentido.
Mas é como se outra pessoa me controlasse.
Minha cabeça trás inúmeras questões, tão embaralhadas que eu nem consigo saber no que estou pensando ou nas frases de impacto que tenho certeza que estão rondando minha mente. Como se tudo fosse irrelevante e eu só tivesse que continuar caminhando, até chegar onde deveria, entretanto, se tudo fosse tão irrelevante, por que eu estou aqui, segurando esse buquê e me sentindo completamente vazio?
Como se fosse somente um corpo ambulante, abraçando as dores mas não superando nenhuma delas, com a sensação que vem após o choro e a dor de alguma situação, o vazio que te deixa como um corpo frio e muitas vezes, solitário, querendo que todos aqueles sentimentos de dor voltem para que simplesmente possa viver aquilo, pois é como se sua dor tivesse mais relevância ao viver ela mais uma vez. Temos o estranho hábito de desvalorizar o que sentimos, isso acontece quando não sabemos se de fato era algo relevante ou que deveria ser abordado e resolvido, porque achamos que em relação aos outros, nossa dor não passa de um grão de areia na praia.
Minha respiração se tornou pesada e forte quando avistei meu ponto de chegada, com o coração batendo mais devagar e mais forte contra a caixa torácica.
— É hora de encarar isso, Kakashi.
Não adiantava eu repetir isso para mim mesmo centenas de vezes como se fosse fixar em minha cabeça, pois quanto mais eu forçava para que eu aceitasse isso, menos eu aceitava, então parei de repetir isso infinitas vezes, e disse somente uma vez como confirmação, como uma autoridade.
A alguns metros, eu via o que almejava, menos destruído do que pensei que estaria, mas não totalmente intacto, tinha arranhões e amassados, peças faltando e em situações mais delicadas, mas com certeza, as peças que faltavam eram porque deveriam ter sido furtadas ou roubadas, mas, ele ainda estava lá.
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My Dear Detective
FanficKakashi é um renomado detetive. Famoso por solucionar os casos mais loucos e abstratos impostos e sempre está pronto para um novo desafio. Mas o que ninguém sabe é que nem mesmo o Detetive Perfeito soluciona todos os crimes. Há nove anos um desapar...