34 | Short hair

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HARRY

- Haz, vai logo!

- Eu não sou o hulk, tá bom? Preciso me ajeitar...

A ideia era péssima e mesmo assim aceitei, pelo simples motivo de ser totalmente difícil negar qualquer coisa a ela.

Estava sentada na madeira da varanda, enquanto eu estava posicionando as coxas dela, nos meus ombros. Queria que eu a carregasse daquele jeito até a areia.

- Haz...

- Espera, mulher! - Segurei firme nas pernas dela. - Isso é péssimo, você vai cair...

- Não vou, você me segura.

Ri alto, com medo.

- Me deixou tão tranquilo agora, nem faz ideia...

- Vai!

Bateu com a palma da mão na minha cabeça, levantei a cabeça e olhei para ela, com os olhos cerrados.

Segurei firme nas coxas dela, me afastando devagar da madeira, e pelo grito de felicidade dela, deu certo.

Eu não ia admitir, mas estava pesado para os meus ombros.

- Só não me sufoque com as coxas. - Ri nasalmente. - Pelo menos não agora...

- Você é tão engraçado. - Murmurou em tom de deboche.

Desci as escadas o mais devagar possível, se eu me desequilibrasse, poderia causar um acidente feio, e aquela era a última coisa que eu queria.

Ficou mais fácil quando cheguei na areia, e ela era a típica criança, sorrindo, literalmente achando o máximo estar ali.

Descer foi a parte difícil, sem nenhum apoio, primeiro uma perna, depois a outra e ela deu um pulinho para chegar no chão, aproximando o celular no meu rosto e dando um risinho quando franzi o cenho.

- Estava gravando esse tempo todo? - Cruzei os braços.

- Sim, a vista é ótima aí de cima. - Apontou. - Machucou seus ombros?

- Não. - Sim, mas nada incurável. - Tudo bem, eu aguento carregar uma gostosa.

Fiz ela rir, mais um ponto para mim.

O céu estava realmente bonito, anoitecendo, um pouco rosa, roxo e até alaranjado em algumas partes, o sol se despedia, dando lugar a noite que seria visivelmente estrelada.

E ela continuava fotografando.

Abracei ela por trás, o corpo quentinho, a pele bronzeada e o cheirinho de perfume com protetor solar exalava no pescoço dela.

Fiquei observando a tela do celular, parecia procurar o melhor ângulo para uma foto de pôr do sol, ofereci a minha câmera, mas preferiu o celular.

De repente virou a câmera, focando no rosto dela, franzindo o cenho e apontando para mim, sorri porque entendi que estava usando a imagem para ver o que eu estava fazendo.

Era um momento precioso, beijei o rosto dela, não porque estava gravando, mas porque era genuíno e era só nosso, sabia que não seria publicado.

Mais uma memória íntima juntos, daquelas que quando estávamos em casa, na cama, deitados rolando a galeria do celular e encontrávamos coisas antigas, em momentos nossos que nem lembrávamos.

Como um vídeo meu e dela, cantando enquanto eu dirigia, acompanhávamos a música do rádio a plenos pulmões, e a data do vídeo indicava que não havíamos completado nem um ano de namoro na época.

Don't let me go 2 • Harry Styles Onde histórias criam vida. Descubra agora