Don't let me go 2 • Harry Styles

54 | Bibí

HARRY

As coisas deram mais do que certo.

Nem eu pensei que fosse dar tão certo, tenho sorte por várias coisas, principalmente por ter uma bebê tão calma, não era muito comum os pequenos se contentarem com protetores de ouvidos gigantes, mas para a Jade, não importava, desde que tivesse muitos brinquedos com ela.

A Liz me pediu quarenta minutos, ela saiu com a Jenna para resolver uma coisa com a família dela, falou tão rápido que não entendi nada, só a parte de ficar com a Jade, por pelo menos meia hora. O único problema eram nossos testes de som.

Começamos a cantar, precisava ser rápido, mas meu nervosismo ficou evidente na segunda música, por conta de ser um show em um estádio, as vendas dos ingressos foram um sucesso, mas como todo humano, também sinto medo de fazer coisas pela primeira vez.

Estava com os olhos fechados, segurando o microfone com força quando senti alguém tocar minha perna, abri os olhos e olhei para baixo.

A Jade estava dando batidinhas leves na minha perna, onde alcançava, para chamar minha atenção. Me abaixei na frente dela, para saber o que estava querendo.

- Pai...a...a... - Mostrou o brinquedo, me fazendo sorrir da tentativa de fala dela.

- Oh, que lindo. - Beijei o brinquedo, e ela sorriu.

- Pai... - E ela começou a falar em uma língua que ela criou e acreditava que eu entendia.

- Ah, é, entendi. - Ri. - Essa é uma princesa?

- Pai... - Sorriu, me entregando a boneca.

- Ah, é para mim, que legal! - Sorri grande para ela.

Pai, mãe, e Caco são as únicas palavras que diz com clareza, tive um grande surto quando ela me chamou pela primeira vez.

Estávamos deitados na cama, a Liz estava de bruços, brincando com ela, e eu estava no meu momento de verificar e-mails no celular, ela chegou perto, a vi pela visão periférica, mas estava dando atenção a uma mensagem, e a bebê obviamente odiou não ter atenção, então me chamou, disse com clareza a palavra "pai", e eu a encarei no mesmo momento, ao invés de levar um susto, ela riu de mim, achando graça.

- Ela falou! - Gritei. - Falou pai! Me chamou de pai! - A Liz riu alto. - Eu sou o pai dela!

- É, estou vendo. - Sorriu grande.

- Você falou, minha princesa! Isso! Pai, diga pai!

A bebê não falou mais depois disso, mas incentivei ela o bastante para continuar falando, até que descobriu que me fazia sorrir e beijar ela toda vez que me chamava, então, por dias ela me encarava, e do nada falava, esperando por carinho.

O mesmo aconteceu com a Liz, porém, infelizmente não presenciei o momento, estava tomando banho e elas na sala, subiu correndo, contando que ela falou, a bebê achou divertido todo o movimento.

Eu adorava brincar com ela, mas infelizmente naquele momento eu realmente precisava testar som.

Ela correu de volta para os brinquedos, voltou com mais dois nas mãos e me entregou.

- Filha...

Tentei chamá-la, mas não escutou, o som já havia parado, todos estavam se aproximando, sorrindo para ela, óbvio, porém, eu estava com um pouco de pressa.

- Jade, amor. - Segurei a mão dela e tirei os protetores. - Filha, agora o papai não pode brincar...

- A Elisa não volta em meia hora? - Pauli chegou perto.