_ Sua cara tá péssima Evellyn. Seu plantão acaba que horas?
Roseane, minha amiga disse, olhei pra ela tomando um cafezinho.
Conheci a Roseane na faculdade, mesma sala que eu. Não foi muito difícil de fazer amizade com ela já que é uma pessoa extrovertida. Sua pele negra junto a dreads num coque perfeito dona de um sorriso perfeito, onde passava Rose chamava atenção e não tem como negar que
ela era muito linda.- Daqui a 20 minutos. Eu estou so o caco Amiga.
Falo olhando no relógio, bocejei sentindo o sono chegar.
Roseane_ O tanto de gente que teve que operar hoje, estou tão cansada de andar.
Olhei para televisão vendo o jornal passar,
hoje a madrugada foi intensa aqui no
Hospital, houve um acidente na Av. Dos
Bandeirantes, uma carreta bateu no ônibus
cheio de passageiros, o hospital tava uma
loucura.Roseane _ Menina foi cada coisa, fratura exposta no joelho, traumatismo craniano
entre outras coisas. Foi um correria de
médico pra lá e pra cá, entre e sai.
infelizmente não conseguimos salvar a vida
de 2 pessoas.Ela fala respirando pesado.
Essa é a pior parte de ser médica, nunca vou
me acostumar a perder vidas, mesmo eu
sabendo que isso sempre pode acontecer e
que infelizmente não tenho o total controle da vida dos meus pacientes, isso acaba comigo, sempre acabo chorando. Principalmente por lidar com crianças.Roseane _ Me deixa ir lá amiga, vamos nos falando. Já que não vamos mais cair em plantões juntas por uns quinze dias gata.
Algumas vezes dou plantão em um hospital público na zona leste, onde Roseane trabalha. Ela se despede e sai, volto minha atenção nas últimas anotações e começo a finalizar meu plantão.
Antes de ir pra casa resolvo da uma passadinha rápida na clínica onde trabalho, para um beijo em Rodrigo, já que o mesmo iria sair de férias hoje. Segundo ele iria viajar com seus pais para o casamento de sua irmã no Sul. Ele queria que fosse com ele, mais como não posso mudar minha agenda, não daria.
{...}
Saio do elevador e caminho a passos largos, queria pegá-lo antes de começar seus atendimentos. Não bato na porta, já tenho intimidade suficiente para entrar em seu consultório. E assim que abri a porta meu chão some dos pés, sinto uma pontada em meu peito, me fazendo me sentir a pessoa mais idiota do mundo, e todo aquele sentimento que um dia eu senti, que eu achei ter me livrado, volta me atingindo com força. Rodrigo e aquela que eu achei que seria um anjo em minha vida, que seria minha melhor amiga, companheira pra meus desabafos, estavam se beijando em cima de sua mesa, praticamente se comendo ali.
Rodrigo sai de cima da mesma e me encarava pálido, Helô fica sem ação nenhuma.
_ Continuem com o que estavam fazendo, eu atrapalhei sem querer.
Eu falo me retirando da sala, estava cansada demais para discutir, xingar gritar. Sinto uma angústia, um sentimento ruim em peito. Afinal estávamos tentando algo, apesar de eu não me entregar totalmente a ele, assim mesmo eu confiei a ele meus sentimentos. E como sempre só me dou mau.
Chego em casa Diego ainda estava dormindo, passo direto pro meu quarto, só Quero um banho e minha cama. Assim como a água morna do chuveiro lavava minha alma, também lava minhas lágrimas.
Beatriz _ Oiê... Vim ver se queria alguma coisa antes de descansar meu bem?!.
Beatriz fala surgindo na porta, eu termino de me vestir e apenas balanço a cabeça se não.
Beatriz _ O que você tem, porquê estava chorando?
Ela fala vindo a passos largos em minha direção, e como ela é a única figura materna que tenho nesse momento, a abraço e choro em seus braços por um tempo. Conto tudo para ela, Beatriz fica com muita raiva. Chamando Helô de cobra e entre outros nomes, que eu havia aberto a porta da minha casa para ela me trair dessa maneira.
Peço para ela me deixar sozinha, preciso descansar, afinal estou a 36 horas acordada.{...}
A semana passou que eu nem vi, Helô pediu demissão da clínica, não voltou lá, não me procurou, simplesmente sumiu, ao contrário do idiota do Rodrigo que insistiu me ligar diversas vezes querendo se explicar, se é que existia explicação para o que eu vi... Bloqueie ele em tudo, e ainda mudei de número, eu não queria saber mais dele.
Término meu turno, morta de cansada, tive que acompanhar um pós cirúrgico muito delicado, isso acabou me tomando tanto tempo.
Organizo minhas coisas para ir para casa Pego meu celular assim que ligo meu celular, já que o mesmo havia ficado parte do dia desligado, vejo várias chamadas perdidas e centenas de mensagens da Minha mãe, dá minha tia, de Luma Até do Alex tinha. Meu coração já salta pela a boca
Meu pai o que houve? Começo escutar os áudios de cada um, ao ouvir do que se tratava me desesperou, com o que acabo de ouvir me falta chão, o ar.
Pego minha bolsa desesperada... Disco o número da minha mãe enquanto vou saindo do hospital, o celular da minha mãe chama chama, até que ela atende.
Enquanto me dirijo a saida do hospital explico tudo para ela que não foi por que quisesse e sim oficios do trabalho, e Também era uma situação complicada no momento quando ela ligou
Ela estava totalmente desesperada, soluçava de tanto chorar.
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Submissa De Um Traficante
Ficção AdolescenteÉ preciso coragem para perder a inocência. Dizem que o amor machuca, verdade. E confesso, dá trabalho! Mais depois de lutar contra as lágrimas, sempre existe um [Re]começar, [Re]acreditar.