Capítulo 14

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Capítulo 14 💐

|Cecília|

Luan permitiu que eu conversasse com dona Margareth, mas não agora, porque nesse momento iriei conhecer a fazenda. Ele chamou um de seus funcionários e pediu que me levasse para conhecer o lugar.
— Meu nome é Paul, trabalho para a família do Luan desde quando eu era adolescente, seu Luan é uma pessoa tão boa quanto seus pais. — Paul comentava, enquanto caminhávamos pelo na direção do estábulo. — Essa fazenda era pequena, o Luan comprou as terras ao redor, desde que ficou milionário nas montarias, investiu o dinheiro em touros, cavalos e em uma lavoura gigantesca de milho. Depois te levo lá pra conhecer, agora vou te mostrar os estábulo, onde ficam os cavalos.
— Obrigada, você é um ótimo guia! — brinquei e ele riu, concordando com a cabeça.
— Paul, o que está fazendo? — escutei uma voz masculina atrás de nós e viramos no mesmo instante, era aquele amigo do Luan, o mesmo de ontem.
— Seu Luan pediu pra eu mostrar a fazenda para Cecília, a enfermeira nova...
— Tem muito trabalho pra você, precisamos colocar os touros na carreta, vai lá. Eu mostro a fazenda pra ela! — ele apontou na direção do horizonte, onde tinha uma enorme carreta estacionada.
— Pode ir, Paul, obrigada pela breve companhia que me fez! — agradeci e ele sorriu, se afastando dali.
— Meu nome é Erick, um prazer te conhecer! — Erick estendeu a mão na minha direção.
— Oi, meu nome é Cecília. — o cumprimentei, segurando sua mão. — Sou enfermeira e fisioterapeuta do Luan.
— Bom, então vamos conhecer a fazenda? Aproveito e te conto um pouco mais sobre seu paciente novo. — soltou minha mão, vindo para o meu lado. — E mais pra frente, se você quiser e o Luan permitir, te ensino a andar de cavalo! — piscou pra mim, saindo na minha frente.

— Aqui é o estábulo. — Erick me apresentou o enorme estábulo. — Luan tem cerca de quinze cavalos e pretende comprar mais, ele é apaixonado por cavalos, uma pena que não pode montar mais.
— Ele vai voltar a montar, pelo pouco que observei, ele tem se recuperado muito bem. — comentei e ele apenas deu de ombros.
— Tem apenas duas fêmeas, o restante é macho. — comentou enquanto eu me aproximava de um dos cavalos.
— Oi, príncipe! Você é tão lindo, o pelo até brilha. Que charme, hein grandão? — passei a mão sobre seu pelo. — Ele é lindo demais, tem nome?
— Todos tem, mas só o Luan sabe identificar. — cruzou os braços. — Vamos, quero te mostrar as duas pistas de cavalo.
Erick saiu do estábulo e eu o segui, ele era muito apressado, mal me deixou ver os cavalos um por um. Acho que Paul seria mais amigável e paciente.
— Temos a pista em campo aberto. — apontou na direção de um enorme espaço rodeado de árvores. — E temos a pista coberta! — mostrou uma espécie de galpão bem alto. — O Luan cavalgava muito na pista aberta com a noiva que ele tinha...
— Tinha? O que aconteceu? — franzi o cenho.
— Assim que ele se acidentou em Las Vegas, ela se separou dele. Disse que não ficaria com um cara que não poderia satisfazê-la como mulher. Ela ainda disse que era rica, bonita demais pra ficar com deficiente. — levantou as sobrancelhas e eu o olhava boquiaberta. — Foi exatamente essas palavras que ela usou, falou pessoalmente para o Luan, eu estava na hora.
— Não conheço, não conheci e nem quero conhecer, mas pra mim não passa de uma mulher canalha e sem escrúpulos. — praguejei impaciente.
— Ah, veja o lado dela também? De que vale o Luan pra ela como mulher? De nada! Ela só ia perder o tempo dela cuidando de um...
— De um? — o encarei furiosa. — De um o quê?
— Vamos mudar de assunto. — passou a mão na nuca.
— Eu preciso voltar para o meu trabalho, agradeço o passeio até aqui, boa tarde! — dei às costas e saí, sem esperar sua resposta. Não gostei desse cara.
— Ei, mal começamos! — correu para o meu lado, enquanto eu andava apressada de volta para casa. — A fazenda é enorme, tem muita...
— Perdi a vontade! — exclamei impaciente.

Eu não quis mais a companhia de Erick, terminei de chegar na casa e fui procurar Judite para saber o que íamos fazer agora.
— Nós vamos almoçar, o Luan toma um comprimido logo depois do almoço e aí lá pelas duas ou três horas da tarde, vamos começar a sessão de fisioterapia dele.
— Certo. — respondi, anotando tudo em um caderno que trouxe.
— Pode ficar tranquila, Ceci! — ela riu, apontando para o meu caderno. — Eu já anotei tudo pra você em uma prancheta, bem organizado e até enumerei as folhas.
— Ai, muito obrigada! — fechei o caderno no mesmo instante. — Onde ele está agora? O Luan?
— No escritório.
— Como você é insensível, Charlotte. — Margareth dava um bronca em Charlotte, que era possível escutar da cozinha.
— Ai Margareth, me poupe das suas lições de moral. — Charlotte respondeu em tom de desdém.
— Como você ousa ser amiga dessa mulher? Ao ponto de saírem juntas pra almoçar? Você é muito baixa e hipócrita.
— A Amber tem problemas com o Luan, agradeça dela não vir à fazenda.
— Quem é Amber? — sussurrei para Judite.
— A ex noiva do Luan. Ela deixou ele logo depois do acidente, mas não comenta com ele sobre isso, a não ser que ele toque no assunto. — sussurrou de volta.
— Nojenta, o Erick falou o que ela fez! — esbravejei.
— Eu vou sair com a Amber, porque nós duas somos amigas! Você critica ela, mas em que momento ela errou? Ela não tinha obrigação alguma com o Luan, acha mesmo que ela iria querer perder a juventude e a beleza dela pra cuidar de um aleijado? Me poupe, Margareth! Guarde suas lições de moral pra outra pessoa. — Charlotte foi extremamente grosseira com Margareth, passou pela sala, mal olhou na nossa direção e saiu, batendo a porta.
— Me sinto mal quando ela chama ele de aleijado, humilhando o irmão dela como se fosse qualquer coisa. Ele já devia ter mandado ela embora daqui há tempos. — sussurrei.
— Concordo plenamente. Ele até tenta ignorar os ataques da Charlotte, fingir que não se importa, mas no fundo as palavras o machucam demais, tem vezes que apenas uma palavra proferida por Charlotte, acaba com um dia inteiro dele.
— Ela vai pagar caro pelas coisas que fala, espere e veja, Judite!

...

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