Capítulo 96

794 35 0
                                    

Capítulo 96 💐

|Luan|

Cecília não conseguia vomitar, ela tinha náuseas repetidas vezes e chorou por estar tão angustiada e sufocada.
— É a minha pressão, ela caiu, tenho certeza. — Cecília balançava as mãos na frente do rosto, andando de um lado para o outro.
— Lembrei que aqui em casa tem um aparelho de medir pressão, eu usava muito há pouco tempo atrás, vou buscar e já volto, fica aqui.
— Tá, eu espero. — sentou-se na cama e respirou fundo, de olhos fechados.
Saí do quarto e caminhei até o meu escritório, fui até um armário branco no canto da parede, abri a primeira porta e tirei uma pequena maleta de primeiros socorros dali. Eu nem fechei o armário, com a maleta em mãos, voltei direto para o quarto e quando entrei, Cecília continuava sentada na cama, repetindo alguma coisa para si mesma.
— Meu Deus, não pode ser isso! — sussurrou e eu franzi o cenho, confuso.
— Cecília? — a chamei e ela virou na minha direção rapidamente, limpando o rosto. — Você estava chorando?
— Só estou nervosa, não gosto de sentir náuseas.
— Trouxe a maleta de primeiros socorros, o aparelho de medir pressão está aí dentro. Posso medir pra você, vendo a Judite medir minha pressão, eu acabei aprendendo. — coloquei a maleta sobre a cama.
Cecília apenas balançou a cabeça positivamente e estendeu o braço na minha direção.
— Tudo bem, vamos lá! — me sentei mais ou menos na sua frente, abri a maleta e tirei o aparelho de medir pressão. Estiquei o mesmo e prendi em seu braço, no lugar adequado. Na primeira tentativa, não deu muito certo, porque Cecília ficava se mexendo, mas na segunda foi e sua pressão estava realmente baixa, mas não era exageradamente baixa como eu imaginava.
— Não está muito baixa. — encolheu os ombros. — As náuseas estão passando, mas minha cabeça dói muito. Vou deitar sem o travesseiro e com os pés pra cima, vai melhorar um pouco.
— Você tem algum problema com pressão? — questionei.
— Não, por quê?
— Quando eu cheguei no quarto você estava repetindo para si mesma "não pode ser isso"!
— Não é nada. — murmurou, cabisbaixa. — Fica tranquilo, eu sou saudável, não tenho nenhuma doença, nada que vá me deixar debilitada.
— Mesmo? — insisti e ela assentiu, desviando o olhar. — Cecília, seja sincera comigo! — segurei seu queixo e ela voltou a me olhar. — Se você não estiver bem, se tem algo te incomodando, eu te levo no hospital, te levo ao médico ou trago um médico aqui, mas por favor, seja sincera.
— É só um mal estar, fiquei com medo de ser refluxo, já tive isso quando criança. Vou ficar bem e eu prometo que se eu não melhorar ou piorar, te conto! — segurou minha mão. — Ou se eu desconfiar que seja outra coisa e precise ir ao médico pra saber, também vou te contar!
— Tudo bem. — apertei sua mão. — Vou te deixar descansando sozinha e vou lá receber o Antony, daqui a pouco volto pra ficar com você!
— Não se preocupa, qualquer coisa eu chamo por você ou dona Margareth. — me deu um breve selinho. — Vai lá e dê um abraço no Antony por mim, diz que estou muito orgulhosa dele!
— Tudo bem, mas me chama mesmo! — a adverti e ela concordou com a cabeça, soltando minha mão.
Esperei Cecília arrumar a cama e se deitar, então saí do quarto e fui caminhando até chegar na varanda, onde já se encontravam alguns funcionários da fazenda e dona Margareth.
— Ela melhorou? — dona Margareth se aproximou, sussurrando pra mim.
— Esta melhorando. — respondi. — Medi a pressão dela, está mesmo baixa, agora ela vai deitar e descansar um pouco.
— Estou desconfiada de uma coisa. — sussurrou mais baixo. — Mas tenho medo de te falar e você ficar triste, porque sei que está rolando alguma coisa entre vocês dois.
— O que é, dona Margareth? — a encarei assustado.
— Será que ela não está grávida? — gesticulou com as mãos.
Arregalei os olhos, sem saber o que responder no momento, enquanto mil e um pensamentos despencavam sobre minha cabeça.
— Não sei, talvez ela já esteja no terceiro mês de gestação, talvez tenha vindo do México grávida...
— Ou ficou grávida aqui. — respondi, tentando controlar a euforia dentro de mim.
— Mas... — ela parou de falar e arregalou os olhos, olhando pra mim. — Pergunta pra ela, menino! Se você não falar nada, eu vou falar!

...

AMERICAOnde histórias criam vida. Descubra agora