Capítulo 91

808 32 1
                                    

Capítulo 91 💐

|Cecília|

Já era tarde da noite, todo mundo já tinha ido embora e dona Margareth foi se deitar, enquanto isso, eu e Luan nos preparávamos pra dormir.
— Vamos fazer uma festa para o Antony quando ele chegar. — Luan comentou, ligando a televisão no quarto. — Vai dormir comigo, né? — chamou minha atenção e eu assenti, sorrindo.
— Só vou escovar meu cabelo. — balancei a escova nas minhas mãos e me sentei na cama.
— Margareth já sabe que estamos dormindo juntos... — comentou e nós rimos. — Ela não esconde que gosta de nós dois como um casal!
— Não mesmo.
— Vou escovar os dentes!
— Quer ajuda? — parei de escovar o cabelo.
— Não precisa, consigo sozinho. — desceu da cama, apoiou sua bengala no chão e foi caminhando até o banheiro.
Voltei a escovar meu cabelo, mas minha atenção foi diretamente para a televisão quando começou um noticiário sobre o imigrantes ilegais nos Estados Unidos.
— Amanhã um avião lotado irá deportar imigrantes de cinco países, a maioria do Brasil e do México, todos os deportados, estavam de maneira ilegal no país e não possuíam o visto. — a jornalista comunicava o noticiário. — Algumas autorizações judiciais serão revogadas, tendo em vista que alguns imigrantes possuem a ficha com advertência, mas o prazo para revogação das autorizações começa daqui dois meses, enquanto isso, as autorizações estarão em vigência.
Luan saía do banheiro e nós dois nos olhamos completamente perdidos ou talvez eu fosse a única perdida aqui dentro desse quarto. Abaixei minha escova e desci da cama e fui em silêncio até minha penteadeira deixar a escova.
— Vem aqui. — Luan me chamou para a cama e eu subi de volta, me sentando ao seu lado.
— As coisas vão se resolver. — murmurei, me encostando na cabeceira da cama.
— Quando eu disse que me casaria com você, eu estava falando sério. — segurou minha mão. — E não vou me casar com você só por causa do visto. Nosso casamento tem amor, independente do que vão pensar ou falar, temos amor e isso importa! — me olhou e eu sorri, sentindo meus olhos marejarem. — Passar minha vida ao seu lado é tudo que eu mais quero, Cecília e se você aceitar, nos casamos o quanto antes!
— Está me pedindo em casamento? — o encarei, confusa.
— Estou! — levantou as sobrancelhas e eu abri a boca, sem saber o que responder.
Um casamento é um laço muito forte entre duas pessoas, aceitar me casar com ele, seria algo completamente inexplicável pra mim. Não consigo nem imaginar quantas coisas absurdas minha mãe vai falar, não consigo imaginar quantos julgamentos vou precisar ouvir, me casando com ele, quantas pessoas vão me olhar torto e comentar ao meu respeito.
Suspirei fundo, segurei sua mão sobre o colchão da cama e mantive meu silêncio por mais alguns segundos.
— E quando nos casaríamos? — tentei não gaguejar, não queria mostrar meu nervosismo.
— Eu conversaria com meu advogado, veríamos uma maneira mais fácil e mais rápida pra realizar a cerimônia...
— Olha, não precisa de festas, nem de uma pancada de convidados, para um casamento acontecer só precisa dos noivos, do juiz ou de um padre! — o olhei e ele riu, concordando com a cabeça. — E de padrinhos, que seriam testemunhas do casamento!
— Sem problemas, nós podemos fazer um cerimônia perante o juiz e mais pra frente, nos casamos na presença de um padre.
— Tudo bem, certo. — me mexi na cama, impaciente. — Eu preciso dizer que aceito, né? — apertei sua mão. — Então eu aceito, me caso com você, mas por favor, não diga nada a sua irmã, nem ao Erick!
— Não vou falar nada, prometo! — deixou um beijo no dorso da minha mão. — E prometo que na cerimônia diante do padre, vai ser tudo com calma e mais bonito! Mas, você vai dizer a sua mãe sobre o casamento?
— Mesmo que ela fique extremamente nervosa e diga mil e uma coisas pra mim, eu vou falar! — suspirei fundo. — Ela é minha mãe, independente de qualquer coisa, precisa saber sobre decisões importantes na minha vida.
— E se ela não estiver de acordo com o casamento?
— Aí vai ser uma confusão grande, porque minha mãe tem um temperamento um tanto quanto difícil. — franzi o nariz. — Espero que ela não deixe tudo tão complicado!

...

AMERICAOnde histórias criam vida. Descubra agora