Capítulo 119

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Capítulo 119 💐

|Cecília|

Vinte e duas horas.
Eu havia tomado um banho, colocado uma roupa adequada e confortável, pronta para acompanhar Luan ao hospital.
— Boa sorte, filho, vai dar tudo certo! — dona Margareth abraçou Luan antes de entrarmos no carro.
— Amém, dona Margareth! — murmurou, a soltando devagar. — Espero voltar com ótimas notícias!
— Estaremos na torcida! — minha mãe comentou, dando um breve sorriso. — E por favor, nos mandem notícias!
— Estarei enviando mensagens e fazendo ligações, fiquem tranquilas. — respondi. — A cirurgia do Luan é às oito da manhã, quando ele entrar para a sala cirúrgica, eu aviso!
Nos despedimos brevemente de minha mãe e dona Margareth. Entramos no carro e saímos da fazendo a caminho do hospital. Luan estava visivelmente nervoso e eu também, não pelo medo de acontecer alguma coisa errada na cirurgia, mas sim pelo fato da cirurgia em si dar errado e o Luan precisar passar por mais um longo tratamento para fazer outra cirurgia no futuro. Foram cinco anos de uma espera longa e difícil, eu desejo do fundo do meu coração, que dê tudo certo.
Chegamos ao hospital e enquanto o Luan preenchia sua ficha, o doutor Charles preparava o quarto onde ele ficaria antes e depois da cirurgia.
Quando entramos para o quarto, Luan colocou uma roupa específica para paciente, tomou uma injeção em um ponto específico na coluna e finalmente foi levado para a cama, onde ficaria deitado, esperando o momento da cirurgia.
— Sinto minhas pernas dormentes. — Luan murmurou impaciente.
— É normal. — respondi, puxando uma cadeira para perto da sua cama. — Amanhã depois da cirurgia você também vai sentir alguns incômodos nas pernas, na coluna, mas tudo normal!
— E quando vou saber que a cirurgia deu certo?
— O doutor vem aqui pra fazer um teste. Não sei como vai funcionar, tem um método específico para sua cirurgia. — respondi e ele apenas balançou a cabeça positivamente. — Estou na torcida por você! — segurei sua mão. — E já deu tudo certo!

Eu fiquei conversando com Luan até perceber que ele estava visivelmente sonolento, foi quando fiz um cafuné na sua cabeça e ele caiu em um sono profundo.
Dormi em uma cama para acompanhante que ficava no mesmo quarto, dormi tanto que só acordei com meu celular despertando às sete horas em ponto e quando acordei, o médico já estava no quarto, acompanhado de uma enfermeira, preparando o Luan para a cirurgia.
— Ainda bem que acordou! — Luan me olhou assim que me aproximei de sua cama.
— Pronto? — perguntei e ele suspirou em silêncio.
— Ele está ansioso, precisa se acalmar! — o médico advertiu. — Vamos dar mais uma injeção na sua coluna, na verdade, quatro injeções, duas delas são anestesias, vai doer um pouquinho, mas você aguenta, você é peão de rodeio!
— Mas que merda! — Luan praguejou baixinho.
— Pode segurar minhas mãos! — parei na sua frente, estendendo minhas mãos na sua direção.
— Se você continuar tenso, vai doer mais, tenta relaxar o corpo! — o médico pediu, pegando a primeira seringa, mas sem que Luan notasse.
— Tá. — Luan suspirou, segurando minhas mãos com força.
— Fecha os olhos e imagina você caminhando normalmente depois da cirurgia, voltando a fazer o que você tanto amava... — passei meus polegares sobre o dorso de sua mão e ele respirou fundo, de olhos fechados enquanto doutor Charles aplicava a primeira injeção. Seu semblante era de pura dor e me partia o coração ver assim, dói em mim, compartilho do mesmo sofrimento.
Charles aplicou as outras três injeções, pelo semblante do Luan, era uma pior que a outra, todas na coluna inteira. Quando terminou, ele ficou alguns minutos sentado e depois o doutor pediu que ele se deitasse na cama novamente.
— Não consigo manter os olhos abertos. — Luan murmurou, soltando minha mão bem devagar.
— A sala de cirurgia está pronta! — a enfermeira comunicou Charles que estava no quarto ao nosso lado.
— Te amo! — me aproximei, deixando um beijo na testa de Luan.
Eu acho que ele nem ouviu, foi tão rápido, os enfermeiros entraram no quarto e sem mais delongas, levaram o Luan para a sala de cirurgia. Nunca me senti tão nervosa e aflita como agora.

...

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