Capítulo 113

718 31 2
                                    

Capítulo 113 💐

|Cecília|

Faltava dois dias para a cirurgia do Luan, estávamos preparando tudo para levar ao hospital, medicamentos necessários e nas recomendações que o médico passou.
Meu visto estava prestes a sair, tudo sob controle e nenhum sinal da Charlotte. Às vezes tanta paz e harmonia no ar, me deixam assustada.
— Você vai dormir no hospital com o Luan? Se sim, vou separar um cobertor! — minha mãe perguntava, enquanto eu arrumava a mochila de Luan.
— Vou, mãe! Obrigada. — respondi e ela assentiu, saindo do quarto.
— Não consigo dormir direito faz uma semana, imagina agora. — Luan passou as mãos no rosto, impaciente.
— Luan? Cecília? — dona Margareth apareceu na porta do quarto, um pouco desconfiada.
— Oi, dona Margareth? — virei na sua direção.
— Tem um oficial de justiça aí na porta, está procurando por você, Cecília.
— O que ele quer? — Luan apoiou sua bengala no chão e começou a descer da cama.
— Não sei, apenas disse que precisa falar com a Cecília e é urgente. — gesticulou com as mãos.
— Vou lá pra saber! — deixei as peças de roupa do Luan sobre a cama e caminhei apressada para fora do quarto.
Abri a porta da sala e o oficial me esperava na varanda, com uma pasta nas mãos e um semblante sério.
— Cecília Garcia?
— Sim, sou eu! — franzi o cenho. — Aconteceu alguma coisa?
— Sou oficial de justiça, vim trazer uma intimação a senhora, um mandado para que a senhora se retire dos Estados Unidos no máximo em dois dias, se depois você vai entrar na justiça pra reverter a situação ou não, é outro problema, no momento, a senhora precisa sair do país!
— Isso é sério? — minha voz saiu trêmula.
— Sim, senhora, assine aqui, por favor! — tirou uma caneta do bolso e me entregou a folha em cima de uma prancheta.
— O que aconteceu? — Luan apareceu na porta e eu virei na sua direção, antes de assinar o documento.
— Uma intimação mandando que eu saia do país em dois dias, não consigo entender, Luan! Meu visto está prestes a sair, eu entrei no país com uma autorização judicial americana, isso não está certo, não faz sentido.
— Isso é verdadeiro? — Luan pegou a prancheta das minhas mãos.
— Senhor, eu já vim na sua fazenda algumas vezes trazer documentos. — o oficial de justiça respondeu. — Estou apenas fazendo o meu trabalho em trazer a intimação, preciso que a senhora assine!
— Não assina! — Luan pediu e eu neguei, pegando a prancheta de sua mão.
— Vou assinar, é melhor pra mim futuramente, não quero causar problemas. — apoiei a prancheta em meus braços assinei e devolvi ao oficial de justiça.
— Em dois dias a senhora precisa estar fora do país...
— Eu entendi, obrigada. — forcei um sorriso e ele assentiu, se afastando.
— Você não vai embora! — escutei a voz aflita de Luan e virei na minha direção. — Você entrou legalmente no país, você não pode e você não vai embora!
— Precisamos conversar com seu advogado de novo, mas se for melhor eu sair, eu preciso ir! — segurei o seu rosto e ele negou com a cabeça. — Precisamos obedecer o que a justiça decidir, é o melhor no momento! Meu visto está para sair, ele foi aceito e só precisa chegar pra mim, o doutor Arnold vai saber nos aconselhar sobre o que devemos fazer!
— Se você voltar, eu vou com você! — minha mãe comentou e eu neguei prontamente.
— Se eu for, a senhora fica, por favor! O Luan vai fazer a cirurgia daqui dois dias, vai precisar de ajuda e a dona Margareth não consegue sozinha!
— Eu vou adiar a cirurgia...
— Nem pensar! — adverti Luan. — Você esperou anos por essa cirurgia e ela finalmente vai acontecer, então você vai fazer ela, com ou sem minha presença!
— Não é justo você ir embora assim, você não fez nada de errado. — vi seus olhos marejarem. — Justamente agora que as coisas estavam dando certo!
— Mas eu volto! Se eu for, eu volto! Confia em mim, eu volto pra você, eu sempre vou voltar!

...

AMERICAOnde histórias criam vida. Descubra agora