Capítulo 104

775 30 0
                                    

Capítulo 104 💐

Três dias depois.

|Luan|

A mãe de Cecília chegava hoje e hoje pela manhã, nós dois fomos ao ginecologista, onde confirmamos a gravidez e recebemos algumas orientações. Depois que saímos do médico, passamos no mercado e voltamos para a fazenda o quanto antes, afinal a mãe de Cecília chegava na hora do almoço e queríamos causar uma boa impressão no momento que ela chegasse.
Treze horas e dezesseis minutos.
— Ela deve estar chegando, vamos ficar de olho. — eu e Cecília estávamos atentos ao portão de desembarque, enquanto vários passageiros vinham em nossa direção e eu tentava decifrar quem era a mãe de Cecília, só pela foto que ela havia me mostrado antes de chegarmos no aeroporto. — É ela? — murmurei, apontando na direção de uma mulher de cabelos curtos, mediana, vestido no joelho com estampas floridas, empurrando um carrinho com várias malas.
— É ela! — Cecília respondeu empolgada e começou a acenar para sua mãe, que tinha um semblante sério. — Ela vai bancar a durona, mas ela não é assim! — me advertiu e caminhou na direção de sua mãe que a recebeu com um abraço.
Fiquei onde eu estava, nervoso e suando frio, como um adolescente conhecendo os sogros pela primeira vez. As duas conversavam, segurando nos braços uma da outra, sua mãe me olhou por várias vezes, até que elas terminaram e Cecília tentou pegar o carrinho com as bagagens para empurrar, mas sua mãe não deixou, apontando para a barriga de Cecília.
— Luan, essa é minha mãe e mãe, esse é o Luan! — Cecília nos apresentou empolgada.
— Oi dona Angélica, é um prazer te conhecer! — sorri, estendendo a mão na sua direção.
— Oi. — foi a única coisa que ela disse, respondendo nosso aperto de mão. — Achei que ele fosse velho!
— Mãe, nossa, meu Deus, eu te mandei foto dele...
— Não abri, porque queria ver ele pessoalmente!
— Tenho quase trinta anos, não sou velho, apesar de andar com uma um bengala. — ironizei.
— Cecília não me disse quase nada de você...
— Porque a senhora disse que queria saber sobre ele, escutando da boca dele. — Cecília respondeu, fazendo sua mãe revirar os olhos. — Vamos para o carro? O motorista já está nos esperando. E tem um almoço maravilhoso a sua espera na fazenda também.
De volta para o carro, Cecília e sua mãe conversavam sobre as novidades na vizinhança delas, na cidade, até mesmo na família. Ao chegarmos no carro, meu motorista foi receptivo com Angélica, colocou suas malas no bagageiro e nós pedimos que ela fosse no banco da frente, era mais confortável e ela podia conhecer a cidade enquanto íamos embora para a fazenda.
— Prefiro Guadalajara. — Angélica respondeu, olhando a paisagem pelo vidro.
— Guadalajara é mesmo linda, pesquisei alguns pontos turísticos da cidade e tenho que concordar, mais charmosa que Dallas. — respondi.
— Sim, Cecília nasceu e foi criada lá, agora quer sair. — murmurou e eu e Cecília nos entreolhamos. — Pra ficar em uma fazenda!
— A fazenda é linda, a senhora vai amar...
— Não gosto de mato!
— Mas não é no mato, mãe! — Cecília revirou os olhos e eu ri.
— É um campo verde, muito lindo, dona Angélica, sem contar nos jardins, no lago, na plantação de milho, a senhora vai gostar, eu garanto. — comentei.
O restante do caminho foi escutando Angélica elogiar o México infinitas vezes e colocar mil e um defeitos nos Estados Unidos, bom, ela não estava errada em vários momentos e eu adoraria conhecer o México algum dia.
— Cancun fica onde mesmo? México e vocês americanos vivem por lá, sujando nossas praias e depois querem nos proibir de entrar no país de vocês, acho hipocrisia! — Angélica cruzou os braços e o carro foi estacionado na porta de casa.
— Bem vinda ao meu refúgio, Angélica, aqui a senhora vai ficar muito bem acomodada e peço que sinta-se em casa, por favor!

...

AMERICAOnde histórias criam vida. Descubra agora