Capítulo 57

1K 47 0
                                    

Capítulo 57 💐

|Cecília|

(...)

— Cecília... — escutei uma voz ecoar na minha cabeça. — Cecília, acorda menina, o Luan...
— O que foi? — empurrei o cobertor pra longe, pisquei os olhos várias vezes e dona Margareth estava na minha frente. — O que aconteceu? Cadê ele? — cogitei descer da cama, mas ela abanou as mãos na minha direção.
— Luan quer saber se vocês podem sair hoje de manhã pra ele te mostrar a cidade. — ela me fez respirar aliviada com uma simples frase.
— Que susto, Margareth. Eu achei que tinha acontecido alguma coisa! — meu peito subia e descia acelerado, acredito que passei a beira de um infarto.
— Desculpa. — levantou os ombros, com um sorrisinho sem jeito no rosto.
— Diz a ele que vou tomar banho, me arrumar e apareço pra gente sair. — respondi, descendo da cama.
— Aviso pra já. — ela saiu apressada do quarto, sem esconder sua animação.
Eu não sabia o que pensar sobre estar me envolvendo tanto assim com Luan. Preciso de uma opinião alheia, talvez da minha mãe, mas acho que ela ficaria furiosa, porque por diversas vezes em nossas ligações, ela me dizia: "não quero você se envolvendo com americano, por favor, Cecília." Se ela soubesse do que estou vivendo, certamente viria aqui me buscar pelos cabelos. Mas se ela conhecesse o Luan, talvez mudaria sua forma de pensar à respeito de alguns homens americanos.
— Luan? — abri a porta do seu quarto, mas não tinha ninguém. — Eu já estou pronta! — caminhei pelo corredor, entrando na sala e encontrando Luan me esperando sentado em um dos sofás.
— Desculpa te acordar tão cedo para o passeio. — ele riu, sem jeito.
— Mas o passeio é bom assim, quando a gente começa cedinho. — levantei meus ombros. — Nós já vamos ou primeiro vamos tomar café da manhã?
— Vamos tomar café da manhã na cidade. — apoiou sua bengala no chão e se levantou do sofá. Fiquei parada, em silêncio, vendo que ele já levantava com mais facilidade do que antes. — O que foi?
— Nada. — pisquei os olhos, sorridente. — Quem colocou o colete em você?
— Dona Margareth. — puxou a gola da sua camisa, com a mão desocupada.
— Ai parem de conversa, vão logo! — dona Margareth abriu a porta da sala, apontando para fora.

Nós saímos da fazenda e eu não conseguia esconder minha ansiedade em conhecer a cidade de Dallas. Luan comentava com o motorista os lugares onde iríamos e pelos nomes, eu já imaginava que eram lugares espetaculares.
— Você trouxe uma câmera? — Luan apontou para a câmera fotográfica nas minhas mãos.
— Sim, eu quero registrar tudo! — abaixei o vidro do carro.
— Dallas virou Paris e eu não sabia. — ironizou e nós rimos. — Vamos parar em um dos pontos comerciais da cidade, tem vários restaurantes e padarias, tomamos café da manhã e voltamos para o nosso passeio.
— O café da manhã já é um passeio. — fotografei uma torre enorme que passamos ao lado.
— Essa é Tower Reunion. Lá de cima você consegue ver Dallas em 360°, tem dois restaurantes e lojas de presentes. Na volta, te levo lá em cima pra você ver.
— Que legal! — tirei outra foto. — Estou bem animada. — virei na sua direção e tirei uma foto sua.
— Cecília! — me repreendeu.
— Tenho que tirar foto de tudo que é lindo em Dallas. — bati outra foto, mas dessa vez ele saiu rindo.
Paramos no centro comercial, descemos do carro e eu acompanhei Luan pelas calçadas. Nós dois chamamos o motorista pra vir com a gente, mas ele prontamente negou, disse que ficaria e esperaria nossa volta.
Até chegar na padaria, nós passamos na frente de várias lojas, eu ficava perdida e boquiaberta com tantas lojas em um único lugar.
— Chanel, Dolce & Gabbana, quanta loja cara e que eu só via nos filmes. — comentei rindo.
— Charlotte gastava o dinheiro dela todo nessas lojas. — Luan comentou, olhando ao redor.
— Espera um minuto? — pedi, caminhando até a vitrine de uma grife de vestidos. — Que vestido mais lindo. — sussurrei pra mim mesma, descendo meu olhar até o preço que estava lá embaixo. — Mas nem meu salário em seis meses pra comprar isso. — franzi o cenho, dando um passo para trás.
— Gostou dele?
— Han? Não... — fiz minha melhor cara de confusa. — eu só estava reparando, como um vestido com tecidos aparentemente simples, podem ser tão caros. — gesticulei com as mãos. — É caro, mas não deixa de ser lindo também.
— Não quer entra pra ver ele...
— Não. — não deixei Luan terminar de falar. — Vamos tomar café da manhã pra gente começar de vez o nosso passeio. — voltei para o seu lado. — Vou tirar foto da rua também. — ajeitei minha câmera e fotografei o centro comercial de Dallas. — O que foi? — virei na direção de Luan, quando senti sua mão na minha nuca.
— Estava tirando uma linha do seu cabelo. — apontou para o meu cabelo. — Mas já tirei.
— Obrigada. — dei um breve sorriso. — Olha, achei uma padaria!
— Vamos lá mesmo, é uma das melhores de Dallas.
A padaria era rosa com vários detalhes amarelos, sua fachada era tão delicada quanto seu interior. A decoração até parecia daqueles filmes de animação da boneca Barbie.
— Pode escolher o que vai comer, só vou fazer uma ligação e já volto. — Luan sentou-se em uma das mesas e eu assenti, caminhando até a vitrine onde estavam as opções que a padaria servia.
— Bom dia, também temos o cardápio com as bebidas e outros serviços da casa. — a garçonete colocou o cardápio sobre o balcão e eu fiquei perdida com tantas opções.
— Achocolatado mexicano? — apontei para o copo ilustrado no cardápio.
— É um pouco ardido, por isso o nome, é um dos mais pedidos da casa. — sorriu pra mim.
— Que estranho. — ri, franzindo o cenho. — Mas vou querer estilo cowboy. — apontei para o desenho de um copo com um chapeuzinho na borda.
— Seu namorado vai pedir também? — apontou para Luan que falava no celular.
— A-ah ele não é meu namorado. — ri sem jeito. — Vai pedir sim, posso levar o cardápio pra ele? Aproveito e já termino de escolher o que vou comer.
— Claro, vou pedir para que uma garçonete anote os pedidos de vocês.
Peguei o cardápio sobre o balcão e caminhei na direção da mesa, onde Luan estava sentado.
— Obrigado desde já, isso, depois peço pra alguém buscar e ligo avisando vocês. — ele me olhou de relance e eu coloquei o cardápio na sua frente. — Bom dia e obrigado novamente. — finalizou a ligação. — Desculpa, era uma ligação importante, não podia deixar pra outra hora, mas prometo que não vou ligar mais pra ninguém durante o passeio.

...

AMERICAOnde histórias criam vida. Descubra agora