AMERICA

Capítulo 24

Capítulo 24 💐
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|Cecília|
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Era bem tarde da noite, todos na casa já estavam dormindo, menos eu que trocava algumas mensagens com minha mãe e quando finalmente consegui fechar os olhos, escutei alguma coisa caindo no quarto ao lado, provavelmente era o Luan. Levantei o mais rápido que pude, vesti meu robe e saí direto para o seu quarto, abri a porta com tudo e ele acabava de se sentar na cama.
— Tudo bem? — questionei e ele apenas balançou a cabeça. — Mesmo?
— Só não consigo dormir. — suspirou fundo.
— Está sentindo alguma dor? — entrei no quarto e ele continuou negando. — Você disse que queria minha amizade, então confia em mim! Se você não estiver bem, pode me falar, vou fazer o possível pra que você se sinta melhor.
— Tem noites que eu sofro com a insônia... — fez uma pausa. — Erick me enviou algumas fotos e alguns áudios contando que conseguiu patrocínio de grandes fazendeiros e que sua ida para Las Vegas é um fato! Ele fica o tempo todo se gabando por isso, me contando sobre suas novidades. Sei que ele me considera um grande amigo, mas todas as vezes que ele me envia essas coisas, eu me sinto mal. Não é inveja. — guardou o celular sobre o criado-mudo. — Fico imaginando quando serei eu novamente, fico lembrando de quando eu estava nessa correria de treinos, fechar com patrocinadores, preparando minhas malas para o torneio em Vegas.
— Te entendo. — me sentei ao seu lado na cama. — Seu momento vai chegar novamente! Acalma seu coração...
— Já faz quase cinco anos que espero por isso, Cecília e todas as vezes que vou ao médico, ele me diz que não estou pronto para a cirurgia, que o processo é mais longo, que preciso esperar! Eu cansei de esperar! Paguei tratamentos caríssimos e não obtive nenhum retorno. — juntou suas mãos uma na outra, apertando-as impacientemente. — Estou cansado, cheguei no meu limite.
Suspirei fundo e em silêncio, no momento eu não encontrava palavras de consolo, então me atrevi a segurar uma de suas mãos. Ele olhou para nossas mãos juntas, mas não se esquivou, apenas ficou em silêncio.
— Quer um abraço? — sussurrei.
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