Capítulo 102

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Capítulo 102 💐

|Cecília|

De todos os momentos que já vivi ao lado do Luan, esse foi o mais feliz. Ele estava tão feliz, que não segurou as lágrimas, chorou abraçado a mim e mesmo baixinho, um dos funcionários veio saber do ocorrido e quando contei, todos que trabalhavam ali ficaram imensamente felizes, principalmente quando notaram de que se tratava do Luan, o resultado disso: ganhamos um café da manhã completo por conta do estabelecimento.
Confesso que eu vivia um misto de sentimentos, amor, felicidade, medo e angústia, mas os sentimentos ruins iam embora toda vez que Luan me abraçava e levava a mão na minha barriga. A felicidade dele completa a minha, tão bem quanto seu coração completa o meu. Ele será um pai incrível, nós seremos uma família incrível.
— Eu acho que agora vou ficar ansioso pra saber qual o sexo dele. — Luan comentou. — Ou melhor, ficarei ansioso para o nascimento. Nove longos meses, meu Deus!
— Pois é, nove meses, e você não aguentou chegar na fazenda pra gente fazer o teste. — levantei as sobrancelhas e ele riu, levantando os ombros.
— Quando a dona Margareth souber, ela vai passar mal. — murmurou e nós rimos. — Eu estou muito feliz, tenho vontade de chorar toda hora que a ficha cai, aliás, a ficha ainda não caiu, não quero acordar desse sonho, por favor!
— Se quiser te belisco pra mostrar que não é um sonho. — respondi e ele riu, balançando as mãos na minha direção.
— Depois vamos ao médico pra fazer um exame rotineiro e para que ele oriente nós dois. E quando soubermos o sexo do bebê, vamos começar a organizar o quartinho dele... ou dela.
— Preciso comunicar minha mãe sobre o bebê e sobre o casamento, farei isso hoje. — suspirei fundo. — Imagino mil reações dela, mas preciso contar, ela é minha mãe, tem o direito de saber.
— Se ela quiser vir para Dallas conversar com nós dois pessoalmente, deixa ela vir. Se for necessário, eu mesmo organizo tudo pra ela vir, só quero que ela me conheça pessoalmente e saiba que tenho as melhores intenções do mundo com você! — foi sincero. — Agora, só quero viver e sentir essa felicidade que eu pensei que nunca fosse sentir... ser pai de um filho da mulher que eu amo!

— Eu sabia! — dona Margareth comemorou, batendo palmas. — Que coisa maravilhosa, vocês serão uma família linda! Por isso não estou tão surpresa, em compensação, estou explodindo de felicidade por vocês dois.
— Obrigado, dona Margareth! Também estamos eufóricos com a notícia. — Luan me olhou e eu sorri, concordando com a cabeça. — Hoje vamos marcar um médico e em breve a Cecília vai fazer o primeiro exame.
Enquanto Luan e dona Margareth conversavam sentados no sofá da sala, eu olhava inquieta para o meu celular, nutrindo coragem dentro de mim para poder sair daqui e telefonar para minha mãe, contando sobre o casamento e a gravidez. Já cogitei me casar primeiro e depois contar, mas me sentiria péssima, como se eu estivesse traindo a confiança da minha mãe, me casando às escondidas, sem dar a mínima satisfação a pessoa que mais me ama nesse mundo e que me criou apesar de toda dificuldade que enfrentamos após a morte do meu pai.
— Vou deixar vocês conversando, preciso fazer uma ligação importante. — levantei do sofá da sala e saí, sem esperar que Luan ou dona Margareth me questionasse qualquer coisa a respeito.
Fui para a varanda próxima da cozinha, procurei pelos estofados que ficavam próximos de um pequeno jardim, me sentei e procurei pelo contato da minha mãe.
— Tenho que contar! — sussurrei para mim mesma.
— Oi filha, acabei de chegar da escola!
— Oi mãe, tudo bem? — minha voz saiu trêmula.
— Tudo, querida! Meu dia foi muito bom, graças a Deus e você, como está?
— Bem. — foi a única coisa que respondi.
— Mesmo?
— Sim. — cocei a garganta.
— Te conheço, Cecília Garcia e sei quando uma coisa está te incomodando só de ouvir sua voz!
— Preciso te contar algumas coisas, mas primeiro peço que escute tudo e depois me responda.

...

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