Capítulo 97

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Capítulo 97 💐

|Cecília|

Quando eu e Luan fizemos amor, lá no hotel fazenda, não usamos preservativo e já faz meses que não uso anticoncepcional. Esse mal estar repentino, me deixou assustada, pensando na possibilidade de estar grávida, afinal já faz quase um mês desde que visitamos o hotel fazenda, minha menstruação ainda não desceu, ela costuma atrasar algumas vezes, então vou aguardar, se demorar demais, vou precisar tirar minha dúvida com um teste farmacêutico. Definitivamente não sei o que pensar caso o resultado dê positivo, o que o Luan vai pensar de mim? O que as pessoas nessa fazenda vão pensar de mim?
Depois de chorar agarrada ao travesseiro, eu acabei dormindo e nem vi a hora passar, quando acordei minha cabeça estava mais leve e o dia já escurecia no lado de fora.
Me mexi na cama bem devagar e percebi que não estava sozinha, quando notei Luan parado na frente da janela, quieto, aparentemente admirando o céu alaranjado de um corriqueiro final de tarde.
— Luan? — o chamei e ele rapidamente virou na minha direção.
— Não vi que tinha acordado. — deu um breve sorriso e veio caminhando até a cama. — A festa de boas vindas do Antony já aconteceu, ele te desejou melhoras e disse que está feliz por saber que torceu por ele.
— Ele devia estar explodindo de felicidade! — me encostei na cabeceira da cama. — Queria ter participado, até tentei levantar da cama, sair do quarto, mas minha cabeça doía demais.
— Está melhor? Os enjôos passaram?
— Sim, estou melhor. — suspirei fundo. — O enjôo passou também, espero que não volte mais.
— Dona Margareth está preparando uma sopa bem forte, com legumes pra você comer!
— Minha segunda mãe aqui. — comentei, rindo.
— Ela ficou preocupada e eu também. — torceu os lábios. — Não acha melhor ir ao médico?
— A-ah não, não agora, se acontecer de novo eu vou. — cocei a garganta.
— Por que não agora? Não é melhor previnir do que remediar? — gesticulou com as mãos. — Eu te levo, marcamos o médico pra essa semana mesmo.
— É sério, Luan, não precisa! — insisti. — Se eu passar mal novamente, marcamos um médico.
— Entendi. — abaixou os ombros. — Fico preocupado...
— Estou bem, de verdade! — segurei sua mão. — Eu nunca fiquei assim, foi uma sensação esquisita, meu sangue parece que tinha gelado nas veias. — comecei a rir e ele me encarou, sério.
— E você diz que está bem? Sangue gelado nas veias e está bem? — esbravejou, me fazendo revirar os olhos.
— Luan, sou enfermeira, sou mulher, me conheço, fica calmo!
— Com licença? — dona Margareth bateu na porta e entrou, acendendo a luz. — Você melhorou, minha filha? Acabei o jantar, preparei uma sopa bem forte de legumes pra você!
— Melhorei, dona Margareth. — dei um breve sorriso. — Obrigada pela preocupação e pela sopa, já já apareço na cozinha.
— Tudo bem, vou esperar por vocês... — se afastou da porta. — vou até deixar a porta aberta, não demorem!
— Vamos lá comer a sopa, vai te deixar melhor do que já está. — Luan apoiou sua bengala no chão e levantou-se antes de mim.
Depois de trocar de roupa e prender o meu cabelo no alto da cabeça, finalmente saí do quarto para jantar. Minha barriga estava doendo de fome e o cheiro de sopa, só me deixava mais ansiosa e desesperada para comer.
— Que cheiro maravilhoso! — fechei os olhos ao entrar na cozinha. — Dona Margareth, a senhora é perfeita na arte de cozinhar!
— Obrigada. — arrebitou o nariz. — Sirvam-se, não deixem a sopa esfriar.
— Pra já! — respondi, me sentando à mesa.
Peguei minha colher e a tigela, Luan e dona Margareth deixaram que eu me servisse primeiro, com o argumento de que eu era prioridade na mesa.
— Essa sopa é muito forte! Quando a mãe do Luan ficou grávida pela primeira vez, eu fazia muito dessa sopa pra ela. — o comentário de dona Margareth me deixou tão apurada, que deixei a colher de sopa cair na mesa de uma vez, como se eu tivesse perdido o sentido da minha própria mão.

...

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