Capítulo 48

1K 53 0
                                    

Capítulo 48 💐

|Cecília|

— Boa noite. — sussurrei, deixando um beijo na sua bochecha.
— Boa noite. — sorriu pra mim.
Me afastei da cama, olhei para Luan uma última vez antes de desligar a luz e saí. Fechei a porta, me encostando na mesma, soltei um longo suspiro e sorri sozinha no meio daquele corredor extenso e silencioso. Ele me beijou com tanta ternura, com tanto cuidado, vai ser difícil tirar esse momento da minha cabeça.

(...)

Prendi uma fita no meu cabelo combinando com a cor rosa do meu vestido, me olhei mais uma vez no espelho e saí do quarto.
Quando levei a mão na maçaneta da porta do quarto de Luan, escutei algumas risadas vindas da cozinha, inclusive a voz do Luan. Ao chegar na sala, encontrei Luan, dona Margareth e Judite.
— Bom dia. — cumprimentei a todos, me aproximando um pouco mais de onde estavam.
— Bom dia, Cecília. — Luan me deu um sorriso amigável, enquanto Judite me olhava entediada.
— Apareci mais cedo aqui, já tirei o Luan da cama, dei os remédios dele e tomamos café da manhã. — Judite tinha um tom de voz irônico.
— Luan, eu preciso ir na cidade hoje, comprar algumas coisas pra mim de uso pessoal, seu motorista pode me levar? — ignorei a provocação de Judite.
— Claro, vou pedir para que ele te leve assim que você quiser.
— Obrigada. — dei um breve sorriso.
— Vai tomar café da manhã, menina, não pode ficar sem comer. — dona Margareth abanou as mãos na minha direção.
— Ainda estou sem fome, mas daqui a pouco vou tomar café da manhã. — me sentei no outro sofá. — Luan, e o colete? — semicerrei os olhos na direção.
— Eu...
— Achei que não tinha necessidade de colocar, por isso optei por deixá-lo sem. — Judite respondeu na frente de Luan, que me olhou, em silêncio.
— Ele precisa usar todos os dias. — tentei não parecer nervosa com os dois. — Vou tomar café da manhã e procurar seu motorista pra me levar no centro. — levantei do sofá, impaciente.
— Mas você disse que não estava com fome. — Judite me provocou mais uma vez.
— Acredita que do NADA me deu uma fome absurda? — ironizei. — Se eu continuar aqui, meu estômago vai embrulhar. — dei um sorriso cínico antes de sair da sala.

Se eu continuasse naquela sala, iria perder minha paciência com a Judite, preferi ficar na cozinha e comer qualquer coisa que seja, evitando qualquer contato com aquela mulher. Não sei o que deu nela pra se estressar tanto comigo e pra me tratar tão mal assim.
Tentei não prestar atenção no que eles conversavam na sala, mas meu nome foi citado por Judite, foi impossível não prestar atenção.
— Luan, aconselho que você comece a procurar uma nova enfermeira, como se fosse uma enfermeira reserva. — Judite comentou, me deixando furiosa.
— Por quê? — Luan questionou. — Cecília é uma excelente enfermeira, tem feito muito por mim, não tenho do que reclamar. Não quero outra pessoa cuidando de mim, quero ela!
— Ela não tem o visto e o governo está deportando vários imigrantes ilegais...
— Meu advogado renovou a autorização judicial dela, ele tem bons contatos, foi fácil e agora está trabalhando para que o visto dela saia o quanto antes. — Luan respondeu prontamente, me fazendo respirar aliviada. Eu não sabia dessa história, ele não me contou nada.
— Ai graças a Deus! — escutei dona Margareth exclamar. — Gosto muito da menina Cecília, não quero que ela vá embora tão cedo.
— Entendi. — foi a única coisa que Judite respondeu.
Judite deve estar se mordendo de raiva de mim.
Minutos depois, escutei alguns passos lentos, acompanhados da bengala de Luan batendo no chão da casa. Desci do banquinho na frente do balcão e fui até onde ele estava, mas ele balançou a mão na minha direção, negando minha ajuda.
— Tudo bem, já consegui. — parou alguns centímetros a minha frente. — Falei com meu motorista, ele vai te levar na cidade.
— Obrigada. — foi a única coisa que respondi.
— Desculpa por não usar o colete, a Judite disse que não tinha necessidade...
— Ela é sua enfermeira ou eu sou sua enfermeira? Luan, se pedi pra você usar o colete todos os dias, é para o seu bem! Entendo que goste da Judite e dos conselhos dela, mas eu não sou menos que ela, entendo tão bem do assunto quanto ela. — cruzei os braços. Eu não queria ficar brava com ele, mas não havia outro jeito. — Você me deixou chateada, espero que passe a me escutar direito.

...

AMERICAOnde histórias criam vida. Descubra agora