Capítulo 23

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Capítulo 23 💐

Alguns dias depois.

|Luan|

Já faz quase uma semana que Cecília está aqui em casa, ela tem ajudado mais do que eu imaginava. Auxiliou dona Margareth, preparou os exercícios para o tratamento dela e ainda passou algumas recomendações, sem pedir nada em troca. Eu não tenho dúvidas de que ela será a enfermeira perfeita pra mim, preciso de alguém com seu entusiasmo e sua bondade, ela faz tudo parecer menos complicado.
— Chegou o colete! — Cecília bateu na porta do meu quarto, apressada.
— Pode entrar. — respondi e ela abriu a porta com tudo. — Deixa eu ver! — pedi e ela veio na minha direção, tirando o colete da caixa.
— Podemos colocar agora se você quiser! Quanto mais rápido começar o tratamento, melhor. — colocou o colete nas minhas mãos. — Vai deixar sua coluna reta, vai te ajudar a caminhar melhor, você vai notar uma grande melhora, te garanto!
— Pode colocar em mim? Não sei como faço pra usar isso. — encarei o colete nas minhas mãos.
— Posso! Primeiro tem que tirar sua camisa, ele fica por baixo da roupa. — pegou o colete das minhas mãos e eu assenti, abrindo os botões da minha camisa. A maioria das minhas camisas eram de botões, dava menos trabalho de colocar e tirar.
— Pronto. — olhei para Cecília e ela se aproximou, abrindo o colete.
— Fica em pé, vai ser melhor. Pode se apoiar em mim. — me olhou e eu assenti, levantando da cama com sua ajuda.
Apoiei minha mão direita em seu ombro e ela começou a colocar o colete em mim. Puxou as fitas, sem me apertar, prendeu tudo de um jeito que eu jamais iria compreender. Arrumou na altura do meu peito e das minhas costas, me deixando bem confortável.
— No começo vai parecer estranho, mas logo você se acostuma. — me ajudou a sentar na cama novamente. — Está apertado? Incomodando? Pode me falar, a gente muda de novo, deixa do seu jeito!
— Esta bom assim, não precisa mudar nada. — a olhei e ela sorriu pra mim. — Obrigada por estar me ajudando tanto em tão pouco tempo! Espero que sejamos mais que paciente e enfermeira, sua amizade seria importante pra mim. — fui sincero.
— Me considere sua amiga então! — Cecília respondeu sincera e espontânea. — Inclusive, hoje é dia de caminhada, podemos conversar um pouco mais sobre nós dois, enquanto caminhamos.
— A Judite não me levava pra caminhar, ela achava desnecessário, apesar dela ter passado nas instruções.
— É totalmente necessário que você saia para caminhar, Luan! — insistiu, estendendo a mão na minha direção.
— Não sei se devo ir, amanhã tenho um almoço importante com alguns fazendeiros, queria descansar um pouco. — murmurei, desanimado.
— Compreendo. — abaixou os ombros e nós ficamos alguns segundos em silêncio. — Bom, deixa eu te ajudar a vestir sua camisa novamente.
Cecília se aproximou, pegou minha camisa e me ajudou a vestir novamente. Quando levei minha mão nos botões, ela fez o mesmo e acidentalmente, segurei sua mão.
— Desculpa. — tirei minhas mãos de cima das suas e ela riu.
— Tudo bem, acontece! — terminou de fechar os botões. — Pronto! — se afastou e eu pude notar suas bochechas um pouco avermelhadas.
— Eu queria te pedir uma coisa... — cocei a garganta e ela assentiu, me olhando. — Quando eu ia nesses almoços ou festas importantes, a Judite sempre ia comigo, pra me acompanhar, você poderia vir comigo também? Sei que parece idiota, mas eu não gosto de ir sozinho, me sinto desconfortável no meio daquelas pessoas e o Erick não anda um bom companheiro pra isso.
— Claro, eu vou sem problemas! — levantou os ombros. — Só me falar o horário, caso eu precise acordar mais cedo.
— Onze horas. — levei minha mão sobre meu peito, tocando o colete. — Vou precisar usar isso amanhã? No almoço?
— Seria bom... — torceu os lábios. — Quanto mais tempo você usar, melhor! E ele nem aparece tanto, é bem disfarçado, fica tranquilo e eu vou estar ao seu lado, se alguém encher o saco, eu respondo. — gesticulou com as mãos e eu ri.
— Tudo bem então. — suspirei fundo. — Não vamos demorar por lá, só vou porque não quero parecer um cara doente, que vive trancado em casa.
— Mas você não é um cara assim! Você é cheio de vida, vamos! Pra cima, cowboy! — levantou as mãos, entusiasmada. — O que as pessoas pensam a seu respeito, é problemas delas. O que importa é o que você vive!

...

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