Capítulo 33

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Capítulo 33 💐

|Luan|

Eu ainda estava extasiado com o que havia acontecido entre eu e Cecília. Mesmo depois da conversa que tivemos, ficamos um pouco estranhos e sinto que foi minha culpa essa situação entre nós dois. Mas, diferente do que eu imaginava, Cecília quebrou aquele clima tenso entre nós dois, ela começou a falar sem parar, contando de como a culinária texana era influenciada pela culinária mexicana.
— Podemos comer o que a Margareth preparou pra gente?! — colocou a cesta entre nós dois.
— Claro, uma boa ideia. — deixei meu violão de lado.
Cecília tirava tudo da cesta, até as taças e o vinho que Margareth colocou, não sei qual foi a intenção dela em pôr tanta coisa na cesta, talvez dando uma de cupido nas horas vagas?
— Dona Margareth exagerou... — Cecília franziu o cenho, olhando confusa tudo que havia na cesta.
— Acho que ela quis dar uma de cupido. — comentei sincero e ela riu, concordando com a cabeça.
— Pelo menos ela deixou tudo mais emocionante e saboroso. — levantou os ombros, me entregando um pratinho com alguns petiscos. — Da próxima vez, eu vou fazer um prato mexicano pra gente, prometo que coloco pouca pimenta! Nós mexicanos temos fama de apimentar toda comida possível, mas isso é um pouco de mentira.
— Um pouco de mentira, não quer dizer que é uma mentira completa. — levantei as sobrancelhas e ela riu. — Mas espero que a próxima vez seja breve! — fui sincero.
— Eu também!
Depois de comermos tudo que Margareth colocou na cesta e beber um pouco de vinho, Cecília pegou meu violão e, em uma tentativa falha, tentou me ensinar como tocar uma música mexicana no violão, mas nem mesmo ela sabia como fazer isso. Eu mais ria do que prestava atenção nela tentando arrumar as cordas do violão.
— Você pode aprender com esses vídeos na internet. — ela me devolveu o violão. — Para de rir! Eu queria ter ensinado, mas não lembro como meu pai fazia isso. — abaixou os ombros, frustada.
— Eu vou aprender, vou ensaiar e um dia toco pra você.
— Você toca e eu danço pra você! — sentou-se ao meu lado.
— Mais um motivo pra eu ficar ansioso para o nosso próximo encontro.


Nós voltamos pra casa, quando alguns pingos de chuva ameaçaram cair, Cecília juntou tudo que estava na cesta, pegou meu violão e me acompanhou até chegarmos na sede da fazenda novamente.
Enquanto ela deixava as coisas na cozinha, eu me sentava no sofá da sala e relaxava um pouco, subir de volta pra cá era um pouco cansativo pra mim, principalmente depois de semanas que não faço caminhada.
— Acho que vou me deitar, minhas costas estão um pouco doloridas. — comentei assim que Cecília voltou para a sala.
— Eu te ajudo e aproveito e pego seu remédio pra dormir. — parou na minha frente e estendeu a mão na minha direção.
Levantei do sofá com sua ajuda e fomos juntos até o meu quarto. Enquanto eu me trocava sozinho no banheiro, Cecília arrumava minha cama e os remédios que eu tomava a noite. A chuva caía forte do lado de fora, ainda bem que voltamos rápido ou tomaríamos um banho de chuva, principalmente Cecília que iria para o segundo do dia.
— Já arrumei a cama e coloquei os remédios sobre o criado-mudo. — ela virou na minha direção, enquanto eu saía do banheiro. — Vai dormir sem camisa? Vai pegar resfriado, o tempo está um pouco fresco e você ainda dorme com o ar condicionado ligado.
— Não consegui vestir, pode me ajudar? — pedi, me sentando na cama.
— Claro! — ela pegou a camisa das minhas mãos e me ajudou a vestir com cuidado, fechando apenas os três primeiros botões, de baixo pra cima. — Agora pode tomar os remédios. — me entregou o primeiro comprimido e depois o copo d'água.
Tomei os remédios da noite e ela foi guardar tudo no seu devido lugar. Às vezes tenho a sensação de que estou incomodando ela com tanta coisa, ou pedindo ajuda demais, mesmo que ela demonstre fazer tudo com dedicação e cuidado, eu ainda tenho essa sensação idiota.
— A dor nas costas continua? Se quiser posso fazer outra massagem antes de você dormir.
— Não, já está melhorando. — menti.
— Tem certeza?

...

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