Capítulo 30

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Capítulo 30 💐

|Cecília|

Eu fui me deitar, mas ainda um preocupada com o Luan, demorei dormir, pensando que ele poderia me chamar a qualquer momento. Rolei na cama a noite inteira, até que decidi levantar e ir até o seu quarto saber se ele realmente estava bem. Abri a porta bem devagar e Luan dormia sereno, um sono bem profundo, provavelmente estava bem e sem dores.

(...)

— Cecília? — Margareth me chamou, enquanto eu terminava de me vestir.
— Oi, dona Margareth! — arrumei a alça do meu vestido e fui até a porta do quarto.
— O Luan pediu pra você ir até o quarto dele assim que possível.
— Ah, claro! Estou indo. — saí do quarto e caminhei apressada até o quarto de Luan. Entrei e ele estava sentado na cama, fechando os botões da sua camisa.
— Bom dia. — me olhou e eu sorri, me aproximando da cama.
— Bom dia. — me sentei ao seu lado. — A dona Margareth disse que você havia me chamado. Você precisa de alguma coisa? Já bebeu os remédios? Tomou café?
— Já, já fiz tudo isso.
— Eu acordei atrasada hoje, por isso demorei aparecer, mas pode me dizer o que você precisa! — o olhei novamente e ele abaixou a cabeça, mexendo no primeiro botão da sua camisa.
— Não me atrapalhou em nada, eu só... — fez uma pausa, coçando a garganta. — Eu só queria conversar com você, ficar aqui com você, mas se eu estiver atrapalhando algum afazer seu...
— Não, você não me atrapalha em nada. — cutuquei seu braço. — Ei, você não colocou o colete!
— Esqueci. — deu um sorrisinho sem jeito.
— Tudo bem, colocamos depois dos seus exercícios.
— Lembra de ontem depois da massagem? — ele mudou de assunto e eu apenas concordei com a cabeça. — Você me deu um beijo na testa...
— Desculpa, não sei se você gostou ou se queria que eu fizesse aquilo, ou se te deixou incomodado. Foi só uma forma carinhosa, às vezes acho que sou exagerada... — atropelei as palavras, um pouco nervosa.
— Não, não, eu queria dizer que eu gostei do que fez! — murmurou e nós dois ficamos em silêncio. — Gosto dos seus cuidados comigo e da maneira atenciosa que me trata, não tenho do que reclamar, apenas elogiar e agradecer. Obrigado por ter cuidado de mim ontem com tanta paciência!
— Faço porque gosto de você! Porque quero te ver bem, não quero puxar saco, nem ficar te enchendo, tudo que faço é sincero, quero te ver bem, te fazer bem! — segurei sua mão e ele sorriu pra mim. — Somos amigos, lembra?
— Lembro! — apertou minha mão, deixando um beijo na minha bochecha. — E se você deixou um beijo na minha testa, também posso deixar um na sua bochecha!
— Quando quiser! — respondi, sorridente.
— Posso tocar violão pra você hoje ao entardecer, a gente vai para aquela área próxima do jardim...
— Mas não sei se consigo preparar um prato mexicano hoje, dona Margareth anda enciumada da sua cozinha, eu percebi desde que a esposa do Paul chegou pra ajudar. — comentei e ele riu, negando com a cabeça.
— Sem problemas, só quero tocar violão! Faz tempo que não faço isso, você me motivou a tocar, então... — levantou os ombros.
— É um convite?
— É um convite! — respondeu, olhando para nossas mãos juntas.
— Convite aceito! — arrebitei o nariz e ele sorriu pra mim. — Mas só se você colocar o colete e confiar em mim na hora dos exercícios de hoje.
— Combinado!
Eu não sabia se era certo estar tão próxima assim do Luan, ele me fazia bem e pelo visto, eu também faço bem a ele. Não há nada de mal em ficar sozinha com ele algumas vezes, espero que a Charlotte não se intrometa entre nós dois e estrague nossa amizade, a única coisa que eu quero é deixar ele bem e confortável em todos os sentidos. Quero ser mais que uma enfermeira, quero ser uma amiga de verdade, uma amiga sem interesses como o Erick, sincera e parceira sempre que ele precisar.
— Ele vai tocar violão pra você? — dona Margareth me perguntava curiosa, enquanto eu arrumava os equipamentos para os exercícios do Luan.
— Sim, ele me convidou e eu aceitei! Não tem mal nenhum nisso, né? — a olhei e ela rapidamente negou com a cabeça.
— Vou preparar uma cesta com algumas coisinhas pra vocês comerem! — respondeu, animada. — Faz meses que esse menino não toca violão, ai que felicidade! — bateu palmas e eu ri, franzindo o cenho.

...

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