"Vocês não são apenas uma seleção. Vocês são A Seleção"
Foi o que eu disse para eles me nomearem Capitã. Foi o que eu disse para ele me nomear -Minha capitã
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A ideia de Richarlison se mudar pra cá me deixou nervosa no começo, mas a dinâmica funcionou. Ficou mais fácil de fazer as coisas da casa e as minhas próprias coisas, tomar banho e me arrumar não era tão difícil com ele morando aqui. Não tenho do que reclamar, Richarlison era uma ótima rede de apoio.
—Olha Tio Richarlison. Quase serviu. – Miguel diz colocando mais uma das camisetas de Richarlison no corpo, ele ri divertido.
—Caraca. Quando eu te conheci você tinha cinco anos e olha só agora. – Richarlison brinca. — Minhas roupas já te servem.
Miguel sorri animado com o comentário enquanto me ajuda Richarlison a me alcançar as roupas para guardarmos. Posso ver o bebê esparramado na cama se mover impaciente, passando a mão no rostinho enquanto mexia as perninhas freneticamente.
—Acôdei. – digo fazendo uma vozinha fina enquanto caminho até o bebê. — Oi meu amor.
Eu sabia que os sorrisos de Ramon eram reflexos e que ele mal me enxergava. Mas as vezes eu ficava tão boba com os sorrisão que ele me dava que eu simplesmente esquecia disso.
Peguei o meninão grande e gordinho no colo e me ajeitei para amamentar.
—Mamãe. Eu posso provar seu leite? – Miguel perguntou, Richarlison arregala os olhos enquanto continua a dobrar as roupas para guardar junto as minhas. — Só um pouquinho, se não fizer falta pro Ramon.
—Pega uma colherzinha lá. – digo e o menininho praticamente voa da cama, passando batido por André.
—Qual o motivo de tanta pressa? Ele nem faz faculdade ainda. – André diz se sentando ao meu lado e beijando os cabelos escuros do menino em meu colo. — Oi gostosão.
—Oi. – Richarlison diz e eu seguro o riso.
—Como você é engraçado em. – André diz jogando uma das almofadas da cama em direção ao comprido e eu dou risada. — Então o Natal vai ser aqui né?
—Sim. – concordo. — Sinto muito, sei que é muito longe da sua casa e que para chegar até o local da festa você vai ter que pegar seis aviões, dois barcos, sessenta e cinco horas de carro e mais quatro horas de moto-táxi. – zombo dele e ele ri, finalmente André estava morando perto da gente, para ser mais exata, no prédio ao lado da minha casa.
—Estou perguntando porquê se precisar que alguém fique lá em casa, é só mandar lá pra casa.
—Ok. Eu sei. – digo a ele.
—Pronto mamãezinha. – Miguel diz voltando com a colherzinha e eu ajeito a mesma embaixo do bico do peito que Ramon já estava mamando, deixei esguichar algumas gotinhas de leite e entreguei a colher a ele, ajeitando o bebê quase impaciente no meu seio novamente.
