Eu sempre achei que jamais seria o tipo de mulher que toma decisões e se arrepende, sempre me considerei tão madura, tão decidida.
Mas só me dei conta das escolhas que havia feito quando me sentei na sala de espera do médico rodeada por grávidas muito mais novas que eu e em senti uma boba por ter trinta e cinco anos e estar grávida novamente.
Meu pé balançava freneticamente enquanto eu esperava meu nome ser chamado. E eu senti minhas pernas bambearem enquanto caminhava em direção ao consultório assim que meu nome foi chamado.
Quase caí pra trás quando encarei a médica sentada encarando o computador, ela também parece se assustar quando olha meu nome e então me olha parada na porta.
—Temos mais um a bordo? – ela pergunta sorrindo.
—É. Mais um a bordo. – sorrio para ela e então ela se levanta me abraçando apertado.
—Vamos lá minha querida. Vamos cuidar de mais um bebêzinho para que venha com muita, muita saúde. – ela toca minha mão e me direciona até o local onde eu me deitava para realizar o ultrassom. — Olha lá, mais uma vida dentro de você.
O pontinho na tela é quase invisível de tão minúsculo mas eu consigo ver tão claramente, mais um bebê, mais uma vida sendo gerada e amada por mim.
São nesses momentos que eu sei, eu sei que não existe nada que eu não possa dar conta.
Ainda mais quando o assunto são os meus filhos.
[...]
A mudança da minha mãe para a Inglaterra me fez ficar tremendamente feliz. Ela disse que não teve escolha quando contei que estava grávida, André acabou ficando na casa e mamãe vai ficar com um dos quartos de visita. Eu nunca vou entender como Richarlison realmente não se importa que mamãe more com a gente, ele diz que até prefere.
Odeia a casa vazia e adora a minha mãe.
—Essa é a última caixa. – Richarlison diz enquanto mamãe e eu estamos deitadas na cama. — Vou deixar as senhoritas conversarem, até mais.
—Te amamos. – mamãe diz e ele ri fechando a porta. — Eu estava vasculhando algumas caixas arrumando minhas malas e achei uma coisa guardada em uma caixa do seu pai.
—Do papai? – pergunto.
—É. – ela sorri. — É uma carta e é pra você. – meus olhos enchem d'água antes mesmo de abrir o envelope que minha mãe me entregou. — Quer ler?
Concordo e com os dedos trêmulos e o medo me comendo de dentro da fora eu consigo tirar o papel velho pra fora, a caligrafia faz meu coração palpitar e tudo dentro de mim lutar contra uma vontade absurda de chorar.
"se der medo, vai com medo mesmo"
Foi o que ele me disse ao me deixar seguir meu caminho em direção a Boston, me deixar ir atrás dos meus sonhos com lágrimas nos olhos e um abraço apertado como quem dizia que me amava e que estaria sempre aqui.
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Minha Capitã | Richarlison.
Fanfic"Vocês não são apenas uma seleção. Vocês são A Seleção" Foi o que eu disse para eles me nomearem Capitã. Foi o que eu disse para ele me nomear -Minha capitã