Não demorou até o fim do dia. A nota de esclarecimento notificando a retirada da recompensa pela captura da Sereia, e o cancelamento das buscas, finalmente saiu. E nela, a prefeitura deixava explícito o envolvimento da corporação Ackworth, dizendo que foi um pedido do próprio CEO, para fins particulares.
Jensen respirou fundo, sabendo que não demoraria para a mídia local e até mesmo os moradores caírem em cima dele, exigindo uma explicação e que ele voltasse atrás. Mas ele não poderia, em hipótese alguma, voltar atrás, isso estava totalmente fora de questão.
O telefone em sua mesa tocou e ele atendeu.
─ Sim?
─ Sr... O jornal regional está ligando, pedindo um esclarecimento da sua parte sobre o anúncio da prefeitura, o que devo dizer?
Ele respirou irritado. Gostaria de dizer para ela mandar o jornal ir para o inferno, assim como os outros que ligariam nas próximas horas.
─ Apenas diga que não vou falar sobre o assunto hoje. E diga isso para todos os outros que ligarem depois.
─ Sim, senhor.
Bastou que ele desligasse o telefone para que o seu celular tocasse. Ele o pegou na mão, olhando o nome da pessoa, era um dos sócios. Depois mais um ligou, depois outro e mais outro.
Jensen se levantou empurrando a cadeira, desligou o celular e o jogou em uma gaveta.
Silêncio.
Um minuto de paz, pelo menos. A partir de hoje, os seus dias seriam assim, pelo menos os primeiros dias. Com o tempo, as pessoas iam entendendo que ele não voltaria atrás, ele nunca volta atrás, então eles não teriam outra opção além de aceitar.
Ele caminhou até o bar encostado na parede branca, na divisão da parede comum para a vidraçaria. Ele pegou um copo, colocou três cubos de gelo e se serviu de duas doses de uísque puro.
Uma gole foi tudo o que ele conseguiu tomar antes do telefone tocar outra vez.
Que inferno. Ele não teria paz tão cedo.
─ O que é? ─ Ele estava quase rosnando.
─ Sr. Os advogados da Ackworth estão aqui, querem ter uma reunião, podem entrar?
Daqueles Jensen não conseguiria se livrar, seria perda de tempo tentar.
─ Podem. ─ Ele desligou.
Jensen virou o seu copo na boca, bebendo todo o conteúdo que desceu queimando sua garganta.
Estava de costas quando a porta se abriu.
Ele encheu novamente o copo de uísque.
Alguém atrás dele coçou a garganta e ele se virou.
Quatro homens o fitavam, todos pareciam prestes a surtar de tão nervosos e ansiosos. Estariam roendo unhas se não fossem homens feitos.
Jensen se apoiou no balcão do bar e cruzou os tornozelos, colocando a mão livre no bolso. Com a outra que segurava o copo, ele gesticulou.
─ Pois então? ─ Ele levantou a sobrancelha. ─ Quem vai ser o primeiro a dizer alguma coisa?
Gilbert Luther foi quem tomou a frente.
─ Sr. Jensen, o senhor tomou uma decisão muito séria sem consultar nenhum de nós. Não sabemos o que está acontecendo e todo o prédio está com uma energia caótica.
Adrian Smith foi o segundo a falar.
─ Somos seus advogados, estamos aqui para sermos consultados sobre decisões que atingem a empresa e isso... ─ Ele girou o dedo no ar. ─ Essa escolha teve um impacto muito forte. Do que se trata isso?
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O Corpo De Uma Sereia
FantasyJensen Christopher tem uma vida plena e confortável. Sendo o maior empresário da sua pequena cidade, acaba tendo mais influência que o próprio prefeito. Em uma noite, em sua ilha particular, quando uma tempestade surge de repente, uma mulher misteri...