Ainda pode ser arrogante?

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No dia seguinte, Jensen levou Lisa para casa. E pela primeira vez na manhã desde que começara a sair com Lisa, viu a caminhonete de trabalho do Sr. Hoyt parada em frente à casa.

Lisa deve ter percebido a mesma coisa, pois o clima pareceu um pouco pesado depois disso.

─ Eu quero te dar uma coisa antes de você ir. ─ Jensen tirou o cinto e se inclinou para abrir o porta-luvas.

De lá, tirou um bloco de notas e uma caneta. Ele anotou 5 dígitos, arrancou a folha do bloco e entregou a Lisa.

Ela analisou o papel por aproximadamente 4 segundos, mas desistiu.

─ O que é isso? ─ Os olhos claros o olhavam.

─ A senha do meu apartamento.

Lisa sorriu.

─ Então eu posso ir e entrar quando você não estiver? ─ Ela parecia quase incrédula.

Jensen assentiu.

─ Não quero chegar e ver você sentada no corredor outra vez, você merece mais do que isso.

Lisa tirou o cinto e virou, se inclinando para perto, até que seus olhos cheios de vida estivessem perto do rosto dele.

─ E eu posso ir hoje?

Com certeza ele precisaria dela no fim desse dia também.

─ Pode ir sempre que você quiser. ─ Ele se inclinou para beijá-la, mas lembrou de outra coisa importante.

Ele se virou, pegando o celular. E percebeu quando o rosto da mulher estampou a decepção.

─ Eu quero te dar outra coisa. ─ Ele se explicou enquanto mexia no aparelho.

O celular de Lisa apitou um segundo depois. No entanto, ela não se moveu para pegá-lo. Jensen a olhou, e ela estava do mesmo jeito, inclinada, o olhando com decepção.

Ele levantou as sobrancelhas.

─ Não vai ver o que é?

Ela balançou a cabeça.

─ Você ia me beijar. Primeiro me beije, depois voltamos nesse assunto.

Ele se limitou a sorrir e se aproximou dela. Os lábios dele tocaram os seus. A forma como o beijo se encaixava, como o beijo parecia exatamente sob medida, isso o levava ao céu, ou ao inferno, dependia muito do tipo de beijo.

Lisa sorriu satisfeita quando eles se separaram. Ele podia sorrir exatamente do mesmo jeito.

─ Pronto, agora sim podemos voltar ao assunto.

Ah, não. Ele não queria voltar aquele assunto, queria continuar a beijando, sentindo sua boca quente.

Mas Lisa se afastou, antes que ele pudesse puxá-la de volta.

─ O que é isso? Quem é essa pessoa? ─ Ela olhava para a mensagem que acabara de abrir.

─ Eu não poderei estar à sua disposição o tempo todo. Então esse é o contato de um motorista de confiança. Quero que vá apenas com ele, para todo lugar que for. Nada de táxi aleatório, nada de transporte público. E principalmente, quando precisar ir para a caverna, pode ligar para ele e passar o endereço.

Lisa arregalou os olhos.

─ Não é perigoso ele me levar até a caverna? Ele poderá desconfiar... ─ Ela tombou a cabeça para o lado.

Jensen balançou a cabeça.

─ Ele não é pago para ser desconfiado. É pago para levar você onde quiser. Não se preocupe, eu confio nele.

O Corpo De Uma SereiaOnde histórias criam vida. Descubra agora