Como a luz atrai mariposas

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Lisa foi despertando aos poucos. A cama macia com cobertas quentes lhe trazia conforto. Ela tentou abrir os olhos, mas logo percebeu que estavam pesados demais. Na verdade, todo o seu corpo estava pesado demais.

Alguém se mexeu ao seu lado, e ela se esforçou para manter os olhos abertos, tentando enxergar pela penumbra do quarto.

Ela viu Emilly, a mulher morena estava deitada, mexendo no celular.

─ Por quanto tempo eu dormi? ─ Sua voz saiu embolada e grogue.

Ela ouviu Emilly prender uma risada, ou achou que sim.

─ Já está de noite. A comissária disse que devemos chegar de manhã. E teremos...

A voz de Emilly foi sumindo, ficando cada vez mais distante, até que tudo apagou e Lisa entrou em um sono pesado.

Lisa dormiu por mais algumas horas, até que seu estômago roncou tão alto que ela teve que levantar. Emilly não estava mais no quarto. Lisa afastou os lençóis macios, ficou de pé, ainda um pouco tonta e manhosa, e foi se apoiando nas paredes para sair do cômodo.

Ela se jogou na poltrona vazia em frente a Jensen. Estava quase tudo escuro, apenas algumas pequenas luzes no teto traziam uma breve iluminação direta. Todos pareciam dormir, exceto Jensen, que mexia no laptop.

─ Não está com fome? ─ Ele perguntou baixinho, sem tirar os olhos da tela.

─ Estou. ─ Que gosto estranho era aquele em sua boca?

─ Aperte o botão ao lado da poltrona, uma comissária virá te atender. ─ Ele finalmente virou o rosto para olhá-la.

Lisa assentiu.

─ Acho que vou ao banheiro primeiro. ─ Pela primeira vez desde que acordou, ela se deu conta de que sua bexiga estava muito cheia.

°°°

No dia seguinte, algumas horas depois de amanhecer, eles finalmente pousaram. Lisa já havia até se acostumado com a ideia de estar voando. Durante a noite, observou pela janela, mas não havia nada para ver, era um completo breu. Dois carros os esperavam no aeroporto, e eles seguiram para o hotel.

Estar em outro país lhe trazia euforia. Conhecer um lugar diferente era completamente novo para ela.

Durante todo o trajeto, ela foi olhando pela janela, sentindo nostalgia. Parecia estar entrando em uma terra nova, assim como começou a descobrir o mundo depois que conheceu Emilly.

─ Podemos dar uma volta depois do almoço, o que você acha? ─ A voz de Jensen foi sussurrada no ouvido dela.

Lisa virou o rosto, encontrando a face bem esculpida.

─ Não estará ocupado hoje? ─ Ela perguntou com hesitação, torcendo para escutar um não.

Jensen pareceu sorrir, franzindo o nariz enquanto balançava a cabeça. Lisa o achou extremamente fofo.

─ Acredito que não. ─ Ele se virou para a frente. ─ Lindsey, como está a agenda de hoje?

A mulher no banco da frente olhou pelo retrovisor, hesitante. Parecia temer a reação dele com a resposta dela. Não fazia sentido o medo que ela parecia sentir de Jensen; Lindsey estava sempre na defensiva, esperando uma resposta grosseira dele, o que não fazia sentido para Lisa.

─ Eu reservei todo o dia para descanso, senhor...

Jensen confirmou com a cabeça, voltando a prestar atenção em Lisa.

─ O dia todo para descanso. ─ Ele repetiu baixinho. ─ Estarei livre.

Ele sorriu.

Durante o restante da manhã, Lisa ficou no hotel. Era simplesmente o lugar mais luxuoso que ela já tinha visto na vida. Tinha uma banheira robusta com vista para o Central Park, canapés e poltronas confortáveis espalhadas estrategicamente pelo quarto. A cama era gigante.

O Corpo De Uma SereiaOnde histórias criam vida. Descubra agora