Apenas uma para turismo •

30 5 0
                                    

Jensen tomou consciência do seu braço quase dormente. Mas não só isso, contra o seu peito nu, o corpo de Lisa estava quente; ela dormia de forma tranquila, sua respiração tão baixinha como sempre foi. A mão dele estava segurando um dos seios dela, a carne macia, que cabia perfeitamente em sua mão. Suas pernas estavam entrelaçadas com as pernas femininas, enquanto ambos dormiam nus.

Ele respirou fundo sem abrir os olhos; permaneceria ali mais um pouquinho... Aproveitaria mais um pouco daquele conforto.

Sua mente ainda vagava pelas descobertas, a lembrança de Lisa entrando em contato com a água e se transformando; a dor no rosto dela. A conversa sobre o porquê dela ir para a ilha. Nunca havia passado por sua cabeça; ele nunca tinha pensado na possibilidade dela ser uma sereia. E isso piorava as coisas.

Ele abriu os olhos, mas os apertou outra vez; o quarto já estava completamente claro.

Jensen se inclinou o suficiente para beijar o rosto de Lisa enquanto apertava o seu peito entre os dedos.

Ela resmungou.

Ele continuou com seus lábios roçando o rosto dela, enquanto seus dedos brincavam com o bico de seu peito.

Lisa gemeu baixinho. E ele sorriu contra a orelha dela.

---

─ Você está bem mesmo? Parece muito pensativo esta manhã. ─ Lisa virou a cabeça para olhar para ele.

Jensen estava dirigindo de volta para a capital; já era segunda-feira de manhã e ele precisava ir ao trabalho.

─ É sobre quem eu sou de...

─ Não. ─ Ele a interrompeu.

Não podia deixar ela completar aquela frase. Sua mente distante não tinha nada a ver com a revelação de sua forma natural, e sim com outra coisa que ele, de repente, havia assimilado.

─ É você que os pescadores estão procurando, não é? ─ Ele virou o rosto para olhar para ela, por apenas um segundo.

Ele percebeu Lisa se encolher.

─ É.

Inferno.

─ Merda. Até mesmo o Sr. Hoyt, o homem que te trata como filha, ele não sabe sobre você?

Lisa balançou a cabeça.

─ Não. Emilly descobriu por acaso também e depois achamos melhor não contar para mais ninguém. ─ Seus dedos estavam entrelaçados no colo, enquanto um polegar girava em torno do outro.

Aos poucos ele foi percebendo que as coisas estavam piores do que ele poderia imaginar.

─ E como você volta para a água? Você se arrisca com eles no mar e todas as armadilhas que colocaram? ─ Ele parou o carro em um sinal vermelho e aproveitou para olhá-la.

─ Não. No começo eu tive medo de voltar; Emilly achou uma parte do mar que entra em uma caverna e vamos lá toda semana. Eu só fico naquela parte.

─ Por que não foi desta vez?

─ É a duas horas de carro; quem dirigia era Emilly. Nunca tentei dirigir já que eu não tinha carteira e não ia ter como eu tirar.

Lisa de longe estava sendo a mesma, e isso era tão nítido que o incomodava. Sua voz era insegura; ela evitou contato visual desde que saíram da cama; ela não se posicionava ou se aproximava por vontade própria. Era como se estivesse esperando pela rejeição a qualquer momento.

Ele assentiu, voltando a dirigir.

─ Eu vou resolver isso. ─ Ele avisou.

─ O que? ─ Lisa o olhou com curiosidade.

O Corpo De Uma SereiaOnde histórias criam vida. Descubra agora