Lisa e Jensen ainda não haviam se encontrado mesmo após dias; ele continuava chegando depois dela, e ela fazia de tudo para não vê-lo após o acontecimento. Henry Walker não apareceu mais em seu restaurante durante alguns dias; ele realmente havia sumido, e Lisa agradecia aos céus por isso.Ao chegar em casa, Lisa abriu a porta e caminhou vagamente para o seu quarto após guardar algumas coisas na geladeira. Ela correu para tomar banho no minuto seguinte e, depois disso, se trancou no quarto, esperando por quando ele chegaria em casa, assim como havia feito todos os outros dias...
Dentro do quarto escuro, Lisa girou na cama, desconfortável e incomodada com as horas passando... E nada dele chegar. Jensen ainda não havia chegado, e agora já passava da meia-noite. Ela não conseguiu nem mesmo cochilar, por mais que tentasse, por mais que exigisse ao seu cérebro deixá-lo para lá, pois era isso que ele queria, afinal. Ela simplesmente não conseguia girar um botão e deixar de se importar; não conseguia agir como ele e fingir que os últimos meses não aconteceram, por mais que ela tentasse. As últimas semanas foram horríveis para ela, que apostou tão alto no amor deles.
Lisa virou mais uma vez, encarando o teto escuro, deixando que seus pensamentos vagassem para onde tanto queriam ir.
Seu peito subia e descia, enquanto ela apoiava o antebraço na testa... Se tivesse seguido o conselho de Teresa, se tivesse ido embora... As coisas estariam sendo mais fáceis? Ela estaria amando-o menos, sabendo que foi ela quem o deixou? Talvez não, e pensar nisso era inútil agora.
Ela fechou os olhos com força, e após muita insistência conseguiu dormir.
Batidas agitadas soaram ao fundo e foram ficando mais altas e impacientes.
Lisa abriu os olhos de repente, atordoada enquanto tentava entender de onde vinha o barulho.
Ela precisou de poucos segundos para entender que as batidas fortes eram na porta de seu quarto.
Ela esfregou os olhos e procurou as horas, já era de madrugada. Suas mãos foram até seus olhos e ela os esfregou de novo; não se lembrava de quando havia pegado no sono.
Mais batidas impacientes contra a porta, e Lisa cambaleou pelo quarto, com sono e confusa demais para pensar em alguma coisa.
Sua mão alcançou a maçaneta, e ela abriu sem pensar.
Lisa congelou, e seu sono ou confusão foi embora.
Um frio atravessou sua barriga e seu coração bateu mais rápido do que sua mente poderia acompanhar no momento.
Jensen Christopher estava ali, do outro lado da porta, esperando por ela...
— Eu estava pensando em você.
Ele falou embolado, e o cheiro de álcool soprou contra o rosto dela. Lisa fez careta.
A voz dele estava diferente da voz confiante e grave com a qual ela estava acostumada, mas foi o hálito que a fez perceber. O homem estava bêbado. Mais do que bebeu naquela noite, aparentemente, e agora estava batendo na porta dela, falando com ela pela primeira vez desde que terminaram, dizendo coisas confusas... Lisa piscou e tirou o emaranhado de cabelo ondulado do rosto, sem saber como reagir, seu cérebro tentava processar as informações.
— Você não vai dizer nada? — Ele insistiu.
Ele encostou a cabeça no portal da porta, parecendo sentimental e vulnerável pela primeira vez em semanas.
Lisa estreitou os olhos. O que ela poderia dizer? Que também estava morrendo de saudades? Que o amava e que estava feliz por ele ter finalmente vindo vê-la?
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O Corpo De Uma Sereia
FantasiaJensen Christopher tem uma vida plena e confortável. Sendo o maior empresário da sua pequena cidade, acaba tendo mais influência que o próprio prefeito. Em uma noite, em sua ilha particular, quando uma tempestade surge de repente, uma mulher misteri...