38 - ávidos pelos sentimentos

2.7K 307 133
                                    

Boa leitura ♡

*

*

*

Pov. Jennie  

Eu nunca imaginei que poderia me sentir tão bem, estando nos braços de alguém. Na verdade sempre busquei me sentir de tal forma, mesmo que não admita. Em todos os meus breves relacionamentos que não duraram mais que dois dias e até mesmo, em momentos de uma noite e nada mais. Buscava avidamente por aquele sentimento, mesmo sem perceber.

Eu já me senti assim uma vez, perdidamente apaixonada, cega de amor e colocada em um pedestal onde nada mais importava, apenas a pessoa por quem você era apaixonada. Kun, o homem que me ensinou como o amor é belo, mas ao mesmo tempo te destrói da pior forma possível. O amor é algo inevitável, ele chega quando você menos espera, querendo ou não. Se negando ou não.

Águas passadas não movem moinho – era o que eu repetia a mim mesma durante anos e sempre  me perguntava: como pode um sentimento tão puro, verdadeiro e nobre causar tantas dores?

Mas com Lalisa foi totalmente diferente. É algo inexplicável até mesmo para mim. Às vezes o desejo não é apenas um substantivo comum, às vezes ele tem nome e sobrenome. Lalisa Manoba era o meu. Um desejo avassalador. Parecia uma espécie de doença, algo que não conseguia ser desfeito, um feitiço poderoso e cruel que me fazia ansiar cada vez mais e mais por ela. Eu ia contra minha própria ética, e agora, sentada na varanda de meu quarto com uma camisola confortável, debaixo da escuridão do céu noturno, estava eu, vendo aquela foto que havia tirado em meu celular naquele maldito carro, só provava isso.

Olha o que aquela maldita está fazendo comigo!

Ela tem uma beleza incomparável. Aquele raro sorriso iluminante, que quando aparecia, me causava sensações tão distintas e ao mesmo tempo tão complexas. Seu olhar distante e radiante quase sumia com a luz do sol beijando ternamente o seu rosto. Sua pele macia e pálida combinava perfeitamente com os raios solares em seu rosto, a combinação perfeita. Aqueles cabelos negros tão macios ao toque voando contra o vento eram como lã de ceda, que mesmo sem estar tocando-os agora, consigo sentir perfeitamente em meus dedos.

Foda-se a Lalisa! Depois da ceninha que ela tinha criado a uma semana atrás, não quero vê-la nem pintada de ouro.

Fechei as expressões e larguei o celular longe; caiu entre uma cômoda grande e uma poltrona confortável.

— Por hoje já deu. - defini, deixando a varanda e me deitando calmamente na cama, enroscando-me nos cobertores e abraçando um travesseiro.

Essa casa parece tão solitária. Sempre foi assim? Não me lembro. O dia hoje passou exatamente daquele modo: com minha falta de vontade e coragem para aturar os pensamentos loucos que tinha quando lembrava de um par de olhos escuros, e aquele ar aristocrático de uma elegância que só ela tem.

Droga, eu quero dormir! – Avisei para a parte racional de meu cérebro, porque a parte irracional já estava começando a trazer memórias daquela idiota. Eu sabia exatamente o que me aguardaria se entrasse profundamente naquela névoa de lembranças. Embora algo dentro de mim estivesse gritando, alertando-me de que aquilo não era uma boa ideia, outra parte queria se afogar naquilo.

Acatando todos os avisos racionais e mais sábios, balancei minha cabeça em um frenesi brusco, grunhido de ódio de mim mesma.

Eu estava cansada e meus pés ainda doíam pelo uso diário dos saltos altos. Daria tudo por um orgasmo bem gostoso antes de dormir, mas não queria usar meus contatos e arriscar pensar em Lalisa Manoban enquanto transava com alguém, como estava acontecendo nos últimos dias. Também não queria chamar a Hirai. Ela está me evitando desde que chegou. Apesar de saber que conseguiria facilmente convencê-la a um clímax e nada mais, porém me vi incapaz de fazê-lo. Realmente não tive vontade de chamá-la.

Dangerous love_Jenlisa (G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora