46 - Admitindo o inadmissível

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Boa leitura.

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Feixe de luz dourada bruxuleante reluziam pelas brechas das cortinas, atravessando a janela entreaberta exposta pelos raios solares que refletiam livremente pelo vidro até nossas peles alvas dentro da banheira. O aroma verde de folhas da cipreste plantadas do lado de fora, no enorme jardim, eram trazidas para nossos narizes assim que a brisa fresca adentrava pela janela em uma bonançosa rajada de vento.   
Suspirei profundamente, preenchendo meus pulmões com o cheiro de vida ao ar livre ainda perceptível, misturado com a água quente e perfumada de óleos essenciais de lavanda e jasmim. Enquanto o toque suave da Manoban transpassava por minhas costas, em uma reconfortante massagem nos ombros tensos, eu brincava com a água morna e cristalina.

— Você está estranhamente calada, de uns dias pra cá. - Com o meu comentário, senti a tensão através de seus dedos que pesaram de imediato, descendo vagarosamente pela minha coluna e se ajustou em minha cintura.

— Não é nada demais. - Sussurrou próxima ao meu ouvido, e seus braços firmes deslizaram para enlaçarem com delicadeza minha cintura. Seus lábios macios roçaram na pele exposta de meu ombro, traçando uma trilha de beijos calorosos por ali, tendo como foco o meu pescoço.

Livrei-me de seu abraço apenas para me levantar da banheira, observando a água colidir contra as bordas de mármore e transbordar, deixando respingos das gotas salpicadas no chão. Virei-me para ficar de frente para si e me sentei em seu colo, tendo seus olhos flechados em minha direção. Meus dedos trêmulos encontraram o caminho até seu peito, fazendo movimentos circulares com meu dedo no local alvejado, enquanto os seus subiram até minha nuca, segurando os fios existentes e a outra mão agarrou minha cintura com firmeza.

— Tem certeza? - Insisti, suspirando quando seus lábios roçaram novamente em minha pele, marcando meu pescoço, fazendo-me arrepiar, a respiração fazia uma suave carícia, e eu fechei meus olhos, entregue — Lalisa... não tente se esquivar de uma pergunta desse jeito.

— Seu rosto é incrivelmente simétrico, com traços delicados e harmônicos como uma obra de arte perfeita que me encanta. Seus olhos é a parte mais marcante de seu rosto, sabia? Grandes e brilhantes, com cílios longos e espessos que adicionam ainda mais profundidade e intensidade ao seu olhar. Eu gosto deles e do formato felino único. Mas... minha parte favorita é o seu sorriso. - Seus elogios me pegou desprevenida, e abri os olhos de imediato, procurando em seu rosto algum sinal de que ela estivesse apenas zombando de mim. Não encontrei nenhum, e então minhas bochechas coraram e me virei para observar o dia la fora através da janela, para esconder o rubor.

— O que é isto de repente, Manobal? Está faltando um parafuso nessa sua cabeça de vento? - Dei-lhe um soco suave no ombro, vendo-a sorrir após soltar um fraco riso quando nossos olhos se encontraram.

— Só me veio uma observação aleatória na cabeça e decidi compartilhá-la. - Disse simplista, dando de ombros e nem se tocando em como seus elogios floresceram em mim como ipomea abrindo sob o sol.

Estranhamente, de uns dias pra cá, percebi que Lalisa começou a tratar-me com mais carinho de repente, e isso foi notado por mim com surpresa e satisfação. Já que a Manoban costumava ser reservada e não expressava suas emoções facilmente, mas agora parece estar mais aberta e vulnerável. Ela se esforça para fazer coisas agradáveis e pequenos gestos de carinho, como cozinhar refeições especiais, falar coisas afetuosas e dar abraços e beijos inesperados.

Ela parecia mais carinhosa e começou a estar mais presente e atenta às minhas próprias necessidades, prestando mais atenção às suas palavras e ações e sendo mais empática e compreensiva. Ela sorri mais frequentemente, faz piadas e gestos divertidos para animar-me e geralmente parece mais feliz e despreocupada. Ela escolhe suas palavras com cuidado antes de direcioná-las a mim.

Dangerous love_Jenlisa (G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora