Dangerous love_Jenlisa (G!p)

35 - O vestido branco

Boa leitura ♡

*

*

*

Pov. Jennie

O alvorecer de um novo dia, trouxe consigo o som e o vento fresco que toda e qualquer manhã podia oferecer. Com o vento, as cortinas se balançavam livremente como ondas do mar, deixando os raios solares adentrar a enorme janela de vidro e percorrer o caminho até minha cama, na porra do meu rosto.  

Minutos extensos se passaram e por mais que eu tentasse apenas voltar a dormir, piscava os olhos lentamente enquanto observava as cortinas balançando, trazendo consigo a maldita luz do sol que estava quase me fritando até a morte – exagero meu, não se preocupem – . Xingando, sentei na cama e na mesma hora tudo começou a girar. Minha mente estava incrivelmente lenta.

Esfregando os olhos enquanto sufocava um bocejo, levanto. Assim que firmei meus pés no chão, depois de esperar alguns minutos para essa sensação estranha de torpor passar, estiquei meus membros corporais para despertar do estado dormente ao qual se encontravam.

Um banho nunca me pareceu tão atrativo como agora. Então com o meu agradável banho de espuma em mente, arrastei-me para o banheiro na maior lentidão possível. O clima estava gelado e úmido devido ao período de neve que havia acabado há pouco tempo. Um ar melancólico pairava, e eu sabia exatamente o que era.

Droga.

Em um suspiro longo, fui em busca de meu aparelho celular, vendo várias mensagens e ligações perdidas de minha acessora. Ignorei, tendo a certeza de que dia era hoje ao ver no calendário. Amanhã era dia dois de Janeiro.

E para piorar, enquanto deixava a banheira encher, fui até meu closet procurar o look de hoje e, como se fosse um presságio de que eu teria um dia horrível, para coincidir com a minha desgraça, escondido lá no fundo do armário, vi o maldito vestido que era para ter queimado há anos.

Aliás, que porra isso está fazendo aqui? Lembro-me claramente de ter mandado queimar essa merda. Pego o tecido na mão, apertando-o com força após as memórias atingirem meu cérebro como um projetor de cinema transmitido um filme naquele telão enorme.

Maldito!

Maldito seja o amor!

Maldito seja aquele idiota com seu sorriso bonito!

Maldito seja sua boa lábia ou suas promessas polidas e cordiais falsas sobre o futuro. E maldita seja eu por cair feito um patinho nas suas mentiras convincentes e estúpidas!

Malditas memórias.

Maldito vestido branco.

O VESTIDO BRANCO. Estava animada por causa daquele maldito vestido branco na época. Era simples, casual, curto, sexy, mas confortável. Não importava se era de marcas famosas e caras, ou se foi comprado em um bazar de roupas usadas; era especial para mim, pois uma pessoa especial havia me presentiado. Com saltos elegantes e caros, cabelos soltos sacudindo contra o vento, maquiagem mínima, meu usual sorriso falso e olhos sem brilhos para completar meu visual.

Eu odiava esses entediantes eventos que papai organizava, e eu era obrigada a vir junto para manter a imagem da família. É tudo sobre imagem, claro. Sempre foi sobre nossa imagem. Era exaustivo. Os únicos benefícios eram as bebidas caras e a companhia de Rosé para me agradar nessas porcarias de eventos. No entanto, Roseanne sumiu após alguns segundinhos de conversa que estava tendo com uma mulher no canto do salão. Essa safada.

Já eu estava presa em uma conversa educada com a crescente multidão ao meu redor, escutando sem entusiasmos o que eles falavam. Sinceramente, até encarar meu esmalte estava se tornando um ótimo passatempo enquanto minha mente estava em outro lugar, no sorriso genuíno e resplandecente de um certo alguém que eu daria tudo para que estivesse aqui comigo, me alegrando com suas piadas idiotas e sem graça.