19 - Pequena discussão

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Boa leitura.♡

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Estávamos há horas dentro daquele carro, em um completo silêncio, ou melhor, ela colocou uma música no carro e aumentou o volume para impedir-me de falar. Enquanto eu resmungava sem parar, achando tudo aquilo uma merda e sendo arrastada para fora da minha cidade Natal à força. Tirei minha atenção da paisagem ao ver o carro parando de se movimentar. 

— Está com fome? - Perguntou, desligando o som. Meus tímpanos agradece.

— Sim. - Murmurei e assim que ela destravou a porta, eu sai do carro, correndo para encontrar uma carona e voltar para a minha casa, fugir dessa loucura toda.

A vagabunda conseguiu me alcançar em menos de dez segundos de corrida. Malditas pernas curtas!

— Dá para parar de dar uma de louca? O que estava planejando com isso? - Segurou com força meu braço, me puxando até a lojinha de conveniência.

— Eu não vou sair da Coréia e ponto final. Você e meu pai não tem o direito d-

— Eu estou a um passo de comprar um super bonder para colar sua boca. E olha, estou falando muito sério. - Por sua expressão totalmente séria, desprovida de qualquer zombaria, não quero rebater pois sei que essa diaba não brinca em suas ameaças.

Fiquei em silêncio, seguindo-a sem protestar.

— Essa foi a melhor coisa que você disse em todos esses dias. - Zombou, recebendo um tapa meu em seu braço e um revirar de olhos — Irei adorar ver você revirando os olhos assim na cama, clamando pelo meu nome.

— Vai se foder! Palhaça. - Entramos na loja, ouvindo o som irritante do sininho que tocou anunciando nossa entrada.

— Escolha o que quiser comer. Lembre-se, se tentar fugir, sabe que irei te encontrar nem que seja no colo do capeta, entendeu? Espero que não se perca, criança. - Iria xinga-la, bater nela, mas assim que me virei para a tailandesa, só vi o vulto dela sumindo pelos setores de prateleiras.

Bufei, andando por aquela loja minúscula, não encontrando nada do meu agrado. Na verdade, só encontrava coisas gordurosas e totalmente perigosas para a minha saúde. Um suspiro profundo escapou  pelos meus lábios, mas assim que eu vi uma coisa que chamou a minha atenção, sorri com os olhos brilhando e corri até lá, pegando várias embalagens daquele doce majestoso; eu sei, é apenas uma gelatina em formato de ursinhos, mas eu amo esses doces e faz tempo que não como.

Peguei várias embalagens, o que cabia em meus braços e fui atrás da Manoban. Assim que eu a encontrei, conversando com a operadora de caixa, me aproximei com uma sobrancelha em pé. Eu conhecia os olhos daquela mulher fixos na Manoban, eram olhos de predadoras preparando o território para capturar a sua presa. Como eu sei? Eu sou exatamente assim.

— Amor, eu não queria apressa-la, mas precisamos voltar para casa. A babá ligou e avisou que iria precisar sair pois um parente próximo dela está no hospital. - Coloquei as gomas de ursinhos no caixa, rindo das expressões totalmente confusas das duas mulheres ali presentes — Olá.

— O-olá. - A atendente respondeu, dando um sorriso nervoso. Agarrei o braço da tailandesa, deixando um selinho em seus lábios, esfregando na cara dessa mocréia que essa já é minha — A-apenas isso ou irão querer mais alguma coisa?

— Só is-

— Não iremos querer nada. Obrigada. - Interrompi a tailandesa e olhei para a mulher, vendo-a assentir freneticamente

Lalisa revirou os olhos e lhe passou o cartão, efetuando o pagamento para logo depois capturar as sacolas. Me deixando para trás, saiu da loja de conveniência. Olhei para a mulher, lhe dando um aceno e um sorriso debochado antes de sair do estabelecimento saltitante e sorridente, vendo a Manoban colocando algumas coisas no porta-malas.

Dangerous love_Jenlisa (G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora