57 - De que se fosse para sempre

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Boa leitura.

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J E N N I E

— Quando essa loucura toda finalmente ter um ponto final, eu irei andar de bicicleta. - Jisoo comentou enquanto suas mãos seguravam com firmeza o celular, imersa em uma ligação com Rosé, que havia telefonado cheia de preocupação.  

— Ah, que legal! E você sabe pedalar? - Ouvi a voz da Rosé soar audivelmente animada por todo o interior do carro, mas minha atenção estava toda em Lisa, que permanecia desacordada, deitada em meu colo.

— Não. - Jisoo respondeu, um silêncio momentâneo tomou o lugar, mas pude ouvir um risinho anasalado do outro lado da linha.

— Como está a Lisa? - Roseanne perguntou pela quarta vez desde que ligou, sua voz mudando drasticamente para um tom sério.

— Não está nada bem, mas vai ficar. Estamos chegando. - Com um aviso prévio, seus olhos preocupados permaneciam analisando Lisa através do retrovisor interno a todo momento., assim como o de Minnie.

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Havia se passado quase um período de vinte e quatro horas desde que Lisa caíra inconsciente, e durante todo esse tempo me vi presa a uma batalha contra o sono iminente que tentava tomar conta de meus olhos. Jisoo achou melhor não levá-la para um hospital, ficaríamos expostas demais, por isso, ela e Minnie haviam assumido o cuidado dos ferimentos dela, revelando uma faceta de suas habilidades que ia além do mero combate em campo; elas tinham conhecimento básico em medicina, adquirido como parte dos treinamentos naquela organização criminosa, como Jisoo explicou.

Inspirando profundamente, senti a cortina balançar suavemente com a brisa noturna que encontrou seu caminho pela janela entreaberta. Lalisa permanecia deitada ali, seus olhos suavemente fechados e sua respiração tranquila, os sinais de dor e ferimentos marcando seu corpo.

— Você precisa acordar... - Sussurrei tão baixo quanto o som de sua respiração, minhas mãos retirando alguns fios rebeldes de seu rosto, deslizando-o com cuidado por sua pele macia e quente.

Meu dedo indicador traçava um suave caminho por toda a extensão de seu rosto, afundando com delicadeza na curva de sua bochecha, seguindo com precisão a linha do maxilar e desenhando círculos ínfimos na ponta de seu nariz.

Ele dançava com leveza ao redor de seus olhos, como se memorizasse cada detalhe, e finalmente acariciava seu queixo com a gentileza do toque de uma pluma sob meus dedos.

Era como se eu estivesse criando um rascunho vivo do seu rosto, traçando essas linhas repetidas vezes para capturar cada expressão, decorando cada traço com a textura única da minha própria pele.

— Por favor, sua idiota! - As indesejadas lágrimas turvaram minha visão, e minha cabeça repousou suavemente sobre o seu peito, onde o ritmo tranquilo das batidas do seu coração parecia espelhar a serenidade que eu tanto buscava. Meus músculos tensos e meu corpo exausto relaxaram.

— Ainda acordada? - A voz da mulher de longos fios negros como os da sua irmã deitada nessa cama, ajudou-me a manter meus olhos aberto, focando-os em sua figura deslizando lentamente para dentro do cômodo — Você precisa descansar, Jennifer.

— É Jennie. - Corrigi com um revirar de olhos, um sorriso tímido dançando nos cantos dos seus lábios entreabertos quando um cobertor foi posto sobre meus ombros, privando-me do frio refrescante que aquela noite me proporcionava.

Dangerous love_Jenlisa (G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora