40 - Revivendo a fase de rebeldia

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Boa leitura ♡

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Pov. Jennie.

Os suaves sons de apito – mais precisamente de bipe – emitiam um sinal audível assim que os barulhos ao meu redor começaram a fazer sentido, voltando aos poucos assim como a minha consciência. O cheiro de plástico, sobretudo de álcool, invadia a minha narina de maneira incômoda, impulsionando-me a contrair o rosto numa careta que expressava desagrado. Ao abrir os olhos com calma, os acostumando com a claridade que entrava sorrateiramente pelas frestas das cortinas que balançavam contra o vento, trazendo um aroma refrescante de natureza.     

Eu tentei levantar da cama – um tanto diferente da minha, mas ao mesmo tempo familiar –, e meu esforço acabou que durou apenas até o momento em que a dor excruciante no meu corpo todo me fez grunhir em protesto pelo ato. Respirei fundo e, com muita dificuldade, sentei-me na cama extremamente confusa e com a pior dor que já experimentei na vida. Atônita, virei a cabeça e olhei ao redor, analisando minuciosamente cada canto daquele quarto... meu quarto. Onde muitas lembranças ali residiam.

Fazia tempo que eu não vinha para essa casa, a casa que eu cresci e passei minha infância e adolescência inteira até completar meus dezoito anos, terminar a faculdade e enfim, arrumar o meu tão sonhado emprego. E depois, aos poucos, fui conquistando minhas coisas, minha casa... liberdade.

Os passos agitados no corredor, do lado de fora do quarto foi o que me tirou dessas memórias um tanto nostálgicas, e que me faz sentir orgulho de mim mesma ao lembrar de todas as minhas conquistas. Escutei vozes.... papai? Ele parecia estar falando com alguém, no telefone e pela sua voz, estava bastante transtornado pelo jeito que gritava.

— Roubaram a porra de um milhão de uma das minhas contas no exterior. Alguém está seriamente fodendo comigo! Encontre logo o autor disso tudo! - Bradou exasperado, deixando sua ira transparecer através de sua voz.

Depois de alguns segundos, a porta se abre e a silhueta de papai entra pela porta. Assim que o homem tão conhecido por mim olhou-me, sua expressão fechada se suavizou de modo imediato e o alívio em apreciar meu pequeno sorriso, que se destacava em meu rosto pálido – que pude ver pelo reflexo do espelho da penteadeira em frente a cama – o fez sorrir também.

— Tudo bem? - Perguntei, referindo-me ao que aconteceu há segundos atrás.

— Sim... só problemas. - Disse sem entrar em detalhes — E como você está, princesinha? - Ele se aproximou cauteloso, sentando-se na beirada da cama para acariciar meu rosto.

— O que aconteceu? Por que fizeram isso comigo? - Perguntei, encostando-me na cabeceira da cama e cruzei os braços, esperando o que estava por vir — Eu quero uma explicação plausível para tudo isso, papai. E espero muito que a sua resposta não seja sobre os assuntos que você esteja envolvido e me colocou no meio dessa merda toda.

Conclui entre dentes e minha fisionomia endureceu após o silêncio tangível que emanava tensão tomar conta do lugar, dando-me a resposta que eu precisava.

— Eu sinto muito, querida. Eu não queria lhe envolver na minha bagunça. Você não tem ideia do quanto me dói vê-la nesse estado e saber que a culpa foi minha. - Respondeu num tom de voz debilitado — Eu vou encontrar o culpado e o farei pagar amargamente por isso. Mas... até lá, preciso que fique aqui, recuperando-se, com a minha proteção. 

— O que está dizendo? Irei ficar trancafiada aqui, nesta casa? - No intuito de sanar as dúvidas, questionei, ainda mantendo meu olhar no seu.

— Sim, Jennie. Não importa o que você diga, eu farei de tudo para lhe proteger, e dessa vez farei direito. Não irei permitir que machuquem minha filha novamente e se pra isso, preciso mantê-la sobre vigilância vinte e quatro horas por dia ou prende-la na porra de uma casa, eu farei. - Uma lágrima solitária rolou pelo canto de seu olho e ele rapidamente tratou de limpá-la após alguém bater na porta.

Dangerous love_Jenlisa (G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora