41 - Águas frias e corpos quentes

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Boa leitura ♡

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Ok, ok. Lalisa+moto= a minha nova religião. Não estou brincando, quando acho que é impossível essa mulher ficar mais gata, ela vai lá e me surpreende. E para coincidir com esse momento icônico, ela está de terno. Chorem, podem chorar pois nunca terão a oportunidade de vislumbrar tal coisa.

Apenas eu.

Cada vez que ela aumentava a velocidade, eu agarro sua cintura com mais força. O sol continuava a descer, sumindo aos poucos pelo horizonte e deixando para trás apenas um resquício laranja sob o manto azul escuro do anoitecer. Uma camada de nuvens densas era conduzida no céu pela corrente de ar fresco que soprava e batiam com força em meu rosto projetando meu cabelo para trás, definitivamente eu não me sentia assim há meses. Ou foram anos? O cheiro de seu perfume acariciava meu rosto, me trazendo um bem-estar até então desconhecido por mim.

A quantidade de adrenalina que corre pelas minhas veias leva-me a realizar todos os tipos de comportamentos ousados, imprudentes, insaciáveis. Por exemplo: agora mesmo estou gritando feito uma louca na garupa da mulher mais gostosa que eu já vi e, em vez de me achar uma doida, está rindo tão alto que mesmo com o barulho da moto encobrindo todo o som ao nosso redor, consigo escutar nitidamente sua risada linda.

Em poucos minutos, estavamos cercadas por lindas árvores e rochas salientes. A cada trecho de estrada reta, mais rápido ela ia. Meu peito vibrava por causa de meus gritos histéricos sincronizados com as vibrações da moto, e uma sensação de êxtase toma meu corpo, enchendo-o daquele sentimento...

Liberdade.

Quando a velocidade é reduzida, com um sorriso enrugando meus lábios já secos pelo vento que batia furiosamente em minha face, eu os umedeço enquanto ela estacionava a moto. Ao descer, fico confusa após olhar para o estabelecimento ao qual paramos em frente.

— O que estamos fazendo aqui? - Com as sobrancelhas franzidas, executei uma carícia na parte posterior da orelha e fitei a Manoban, vendo-a focada na tela de seu celular.

— Que tal adicionar arrombamento em seu currículo de rebeldia? - seus olhos iniciaram uma averiguada superficial em mim e depois voltou a atenção para a tela de seu aparelho apanhado em sua mão direita — Pronto! As câmeras e alarmes foram desligados.

Seus lábios repuxados em um sorriso divertido enquanto as fortes golfadas de vento que nos atingiu provocavam ruídos das plantas localizadas naquela área, as quais dançaram, assim como nossos cabelos de acordo com as rajadas de vento. Aproximando-se da porta, retirou algumas coisas do bolso e começou a cutucar a fechadura, para depois de alguns segundos, o som do ranger da porta se abrindo soar, fazendo ela me olhar convencida.

— Você. Precisa. Me. Ensinar. Essa. Porra. - Falei pausamente, batendo palmas para parabenizá-la.

— Claro. Mas quando você ir presa por arrombamento, nunca me viu, ok? - Rimos divertidas enquanto entrávamos no prédio, e Lisa me guiava pelo extenso corredor onde residia uma fileira de armários.

— Uma escola? O que estamos fazendo em uma escola? - Inquiri divertida, agarrando a barra de seu paletó novamente.

— Quando mais nova, eu e meus irmãos, quando o sol forte capaz de fritar ovos tomava conta do céu, gostávamos de entrar nas escolas, nos feriados para aproveitar a piscina. Jisoo era a hacker do grupo, então nunca éramos descobertas graças a ela. - Soltou entusiasmada, portando uma fisionomia sapeca.

Pisquei diversas vezes, gostando muito do que escutei. Meu semblante se iluminou e os meus lábios se repuxaram em um enorme sorriso. Ela estava mesmo falando sobre sua infância? Isso é novo já que Lalisa era sempre tão reservada sobre isso.

Dangerous love_Jenlisa (G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora