Dangerous love_Jenlisa (G!p)

49 - apenas peças em um tabuleiro

Boa leitura.

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Enquanto o tempo parecia se arrastar com uma lentidão agonizante, eu gradualmente fui recobrando a consciência, sentindo-me desorientada e sem ter a menor ideia de onde estava e do que havia acontecido, mas com uma dor de cabeça lancinante que parecia perfurar cada centímetro do meu cérebro, tornando ainda mais difícil compreender o que estava acontecendo.  

Em meio à escuridão total que me envolvia, a única coisa que conseguia ver era o nada, enquanto a minha audição se aguçava para tentar captar qualquer som que pudesse indicar onde eu estava, e foi então que pude ouvir uma respiração fraca próxima a mim, fazendo com que um arrepio percorresse toda a minha espinha e a minha mente entrasse em alerta ao pensar no que poderia estar acontecendo.

Com um nó na garganta e o coração acelerado, percebi com espanto que eu estava amarrada em uma cadeira, presa como um animal, incapaz de me mover ou reagir, enquanto o medo tomava conta de mim. Em meio à escuridão opressora que envolvia o local, a única porta existente se abriu lentamente, revelando um feixe de luz natural que invadiu o ambiente e iluminou tudo ao redor, juntamente com a luz que foi acendida assim que ligaram o interruptor, tornando visíveis as sombras que se escondiam nas paredes e as formas sinistras que se projetavam ao longo do chão.

Com os olhos arregalados e o coração aos saltos, olhei para os lados, analisando minuciosamente todo o local, tentando desesperadamente encontrar uma forma de escapar daquela situação aterrorizante, até que meu olhar pousou no meu pai, amarrado na cadeira ao meu lado, todo ensanguentado e com os olhos fechados, fazendo com que uma onda de desespero me invadisse por completo, deixando-me paralisada e sem saber o que fazer.

— Papai! - Numa tentativa desesperada de chamar a atenção dele, berrei com todas as forças que tinha, agitando-me na cadeira e ignorando a dor aguda que percorria o meu corpo.

— A família toda reunida. Que maravilha! - Aquela voz.... — Acorde o filho da puta, por favor.

— Sim, senhor. - A mulher, cujo rosto era contorcido pela mesma expressão de ódio que me acertara violentamente com seus punhos há algum tempo atrás, avançou impiedosamente em direção ao meu pai e com um gesto brusco desferiu um soco poderoso em seu rosto, causando um som abafado e um movimento violento em sua cabeça. A força do impacto foi tão potente que eu ainda podia sentir a dor dessa memória em minha mente.

— Pare! - Gritei desesperada ao ver mais socos sendo desferidos no rosto dele, que já havia recobrado a consciência — Está machucando-o, sua desgraçada!

— Minnie. - Ela parou imediatamente, e as lágrimas começaram a escorrer pelas minhas bochechas em um fluxo constante, enquanto o soluço escapava de meus lábios em uma sequência desordenada de respirações entrecortadas e chorosas, demonstrando toda a dor que eu sentia naquele momento.

— O que vocês querem com a gente? Seus filhos da puta! - O grito escapou dos meus lábios enquanto eu encarava com ódio a expressão de diversão que o homem mantinha no rosto, mesmo diante do sofrimento evidente que tomava conta de mim.

— Calma, senhorita Kim. Primeiro, eu avisei que iríamos nos ver de novo, não é? Então, é um prazer lhe ver novamente. - Em vez de me dar uma resposta, o que recebi foi um olhar de diversão mórbida, como se minha dor fosse apenas um entretenimento para ele.

— Você é o diabo, sabia! - uma risada gutural e sinistra escapou de seus lábios, ecoando pelo ambiente com um tom macabro que me fez sentir um arrepio na espinha e um frio intenso percorrer todo o meu corpo.

— Eu sou pior que o diabo, mocinha. - Sua voz era carregada de malícia e um sorriso cínico no rosto, a figura sinistra diante de mim dirigiu seus olhos faiscantes de ódio e desprezo para meu pai, encarando-o com uma ameaça velada que parecia emanar de sua presença sombria.