Capítulo 7

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Domingos Monteiro 

—— Nós conseguimos resolver o caso porém foi muito difícil porque… — Encaro a tela do meu computador fazendo a Mónica, uma das advogadas da minha empresa.

—— O que aconteceu? —— Pergunto ao notar o seu nervosismo.


—— Depois do julgamento nós descobrimos que alguém do júri foi pago para ajudar o réu —— Aperto o punho irritado.


—— Ele já foi encaminhado para o RH e aguardamos a sua decisão sobre o que fazer com ele —— Suspiro antes de voltar a encarar a Mónica do outro lado da tela.


—— Já sabem que fazer nessa situação. Me mantenha informado sobre qualquer irregularidade —— Desligo a chamada. 


Se há coisa que eu odeio são corruptos, aquela doença que corrompe o ser humano fazendo a sua ganância falar mais alto que a razão. Já fui apelidado de vários nomes por ser justo e até ganhei inimigos no meu primeiro emprego mas não há o que fazer quando a pessoa simplesmente acha o suborno algo normal por isso eu decidi fazer os protestos. 



Desperto dos meus pensamentos quando o meu telemóvel começa a chamar e atendo sem ver quem ligava. 



—— Sim? —— Atendo de olhos fechados e a risada divertida me fez imediatamente me arrepender. 



—— É assim que você atende o seu telefone —— Meu pai perguntou desleixado como sempre.


—— Desculpa, pai ando muito  stressado ultimamente. Como você está? —— O meu pai suspirou do outro lado da linha.



—— Agora estou preocupado, filho —— Respondeu meio ofegante. 

—— Não se preocupe comigo, pai. Como está o seu coração? —— Pergunto ao notar a sua respiração ofegante e pesada.


—— Hoje fui fazer a consulta e parece que tudo está como deve ser. Hoje chegam que horas? —— Ouvi o meu pai perguntar. 



—— Pai, hoje não vou poder vir mas eu prometo estar aí na próxima semana, tudo bem?.

—— Sem problemas, filho. O seu namorado está aí? —— Perguntou animado. Olho para o Aaron que estava de pé ao meu lado sem dizer nada desde ontem. 




—— Sim, ele está aqui mas não pode falar agora —— Digo me levantando da cadeira para sair do meu escritório e o bruto moreno me seguiu.


—— Será que estão fazendo aquilo? —— Senti o meu rosto esquentar com a insinuação do meu pai.



—— Pai! Tenho desligar manda um beijo para a mãe. Adoro-te —— Encerro a chamada. 



Me sento no sofá da sala e eu podia sentir os olhos do Aaron me encarando.

—— Fala ou olha para qualquer lado, você está me deixando nervoso —— Digo irritado.


—— Eu sou o guarda-costas, não posso falar sem que você me permita —— Respondeu cruzando os braços para atrás.



—— Óptimo! —— Como esse homem é teimoso. 

—— Quero que me acompanhe ao supermercado, preciso de algumas coisas —— Digo me erguendo do sofá e não espero a resposta dele para seguir à saída da minha casa.



—— Val, estou indo ao supermercado, vais querer alguma coisa? —— Grito ao abrir a porta. 



—— Traga repelente e batatas fritas —— Ela respondeu gritando de volta e apenas saio. Aaron não disse uma palavra enquanto íamos a Shoprite e eu me pergunto o motivo dele estar chateado comigo sendo que sou quem deveria estar por ele ter chamo o nome de outra pessoa depois de ter me beijado.





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