Capítulo 48

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Aaron Müller

Às vezes esqueço como ele tem a mão pesada mas admito que a bofetada foi bem merecida. O Domingos apertou tanto a minha nuca que chegou a doer, porém não me importava, saber que ele estava feliz por me ver de certa forma me deixou enxergando arco-íris.


Afundo o meu nariz no seu pescoço, a vontade que senti de voltar a abraçá-lo é indescritível mas tão bom, eu me senti em casa.

O meu coração está tão leve e quentinho por tê-lo nos meus braços, esses últimos dias têm sido uma tortura completa sem a minha família comigo.

Seguro as suas bochechas macias e faço o que tenho desejado desde o momento que o vi entrando nessa casa.

O meu corpo inteiro foi tomado por um arrepio gostoso quando o beijei, a maciez dos seus lábios contra os meus, a sua pele cheirosa, a sua respiração ofegante e as suas mãos puxando o meu cabelo.


Envolvo o sua cintura o puxando para mim, esse homem que deixa tão bem que sinto como se o meu coração estivesse derretendo.

—— Deixa o meu filho respirar, pelo amor dos céus! —— O meu namorado abaixou os olhos envergonhado quando o seu pai puxou a minha orelha para longe do Domingos.

—— Pai! —— Exclamou quando todos na sala começaram a rir da situação, as vezes esqueço que eles não estão acostumados com demostrações de afecto em público.

—— O seu parceiro é bem… —— Uma enorme vontade de enterrar a minha cara num buraco surgiu quando escuto a voz da mulher que tem nos mantido seguros desde o acidente.



Os seus olhos negros me analisaram de cima para baixo através dos óculos, senti como se ela estivesse lançando facas contra mim toda vez que olhava para mim.

—— Não foi a minha intenção, senhora Sitoe —— O meu sogro coçou a nuca envergonhado e o Domingos ficou de pé para cumprir a jovem mulher que trajava o seu vestido feito de capulanas colorida e com desenhos de flores e o turbante da mesma cor.

—— Não se preocupe com isso. Os jovens de hoje em dia são muito emotivos e também entendo eles, passaram muito tempo longe um do outro —— Ela disse caminhando em direção ao Domingos que recebeu a maleta entregue pela Yuki.


O som dos seus saltos ressoaram pela sala silenciosa, ela tinha um presença tão imponente que me sufocava, era a primeira vez que uma mulher me faz sentir isso.

Ela exala poder só pelo olhar, a sua postura inabalável e o seu olhar penetrante, entendo perfeitamente o nervosismo do meu namorado.

—— Não sabe o quanto eu anseio por este momento, advogado Monteiro —— Ela disse parando na frente do Domingos que olhou para mim de relance, a confusão estampada no seu rosto.



—— Alguém me explica o que está acontecendo? —— O meu namorado perguntou impaciente quando nós somente esperávamos ela continuar.




—— Vem comigo, eu explico tudo —— Ramos falou indo em direcção ao escritório que Sitoe seguiu e aceno com a cabeça quando percebi que estava um pouco receoso e eu também estaria se tivesse um monte de gente me querendo fora do mapa.


O Andreas e a Yuki ficaram para atrás enquanto o meu sogro acompanhou o Domingos, sabia que não tinha uma coisa boa para me contar e eu estava certo.

—— Ele já sabe que estamos aqui —— Andreas falou mostrando o video da câmera de segurança que foram instalados ao redor da casa, poderíamos estar no meio do nada mas a Sitoe fez questão de manter esse lugar seguro.




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