Capítulo 45

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João Monteiro Silva

—— Não posso ficar aqui enquanto a minha família está desprotegida —— Retrucou Aaron teimoso como sempre, isso ele tem em comum com o meu filho mas não posso permitir que aja por impulso.


—— É sobre os meus filhos e a minha esposa que estamos falando, então eu entendo perfeitamente como se sente, mas não podemos agir por impulso —— Respondo tocando a minha cabeça careca, ainda doía um pouco por causa da cirurgia que passei há algumas semanas.


É incrível eu ainda estar vivo depois de uma bala atingir a minha cabeça mas dou graças a Deus e ao Aaron por estar vivo e ter mais uma oportunidade de rever a minha família.


—— O Domingos está esperando um bebê, muito estresse não faz bem para ele, João —— Olho para ele surpreso, quanto tempo eu fiquei apagado?

—— Vou ser avô? —— O Aaron me encarou com um certo receio quando notou a expressão confusa estampada no meu rosto, um sorriso brotou dos meus lábios.


O meu filho sempre quis ter uma família e admito que não acreditava que o Müller fosse durar muito tempo com o meu filho mas olha, parece que me enganei.


—— Sim —— O meu genro respondeu sincero e o encaro sério querendo saber mais sobre o assunto mas não era o momento certo para aquela conversa.


—— Depois conversamos sobre isso —— Digo voltando a minha atenção a Ramos que tinha os olhos presos no seu telemóvel desde o momento que aqui chegaram.



—— O Hans é o nosso maior problema por agora, não podemos deixar que nada nos distraia —— Falo sentando na cadeira e o moreno me seguiu.



—— Foi pura sorte nada ter acontecido no acidente —— Digo ao recordar das condições miseráveis as quais encontrei o carro onde ele e o Ramos estavam, porém graças a Natsuki conseguimos resgatá-lo.



—— E coloca sorte nisso! —— Disse o Müller passando a mão pelo cabelo, não conseguia conter a sua frustração, ele me lembra a mim quando mais jovem.



—— O Hans conhece cada movimento nosso e não vai demorar muito até ele conseguir o que quer —— O Ramos sério sentando na cadeira.


—— O seu primo não pode ajudar nessa vez? —— Pergunto para o meu genro que balançou a cabeça negando.



—— O Cornélio tem ligações com o governo e se descobrirem que ele está fazendo ou pior ajudando o Domingos, ele vira alvo do Hans também, não quero isso para ele —— Refutou passando a mão pelo cabelo em frustração e o compreendo totalmente.


O Cornélio organizou tudo para eu pudesse ser tratado e parecia estar morto no dia do meu “funeral” mas se não tivesse aceitado aquilo talvez eles voltassem para atacar não a mim desta mas a minha esposa ou filhos, não podia deixar isso acontecer.



—— Então iremos seguir o plano que aquela mulher sugeriu? —— Questiono sentindo um pouco de dor na cabeça, não estou totalmente recuperado mas não aguento ficar sentado enquanto espero as coisas serem resolvidas.


—— O mundo do meu namorado desabou quando ele te viu naquela poça de sangue, é uma sorte você ter sobrevivido e não vou arriscar que te aconteça alguma coisa de novo —— Olho surpreso para o meu genro e senti um orgulho pelo homem incrível que o meu filho havia encontrado foi inevitável.





—— Eu também já estive na sua posição, rapaz e eu posso ajudar —— Digo com firmeza.

Não queria admitir mas feria o meu ego saber que a minha própria família corria perigo e eu não podia fazer nada por causa do meu estado de saúde além da minha idade avançada.

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