Capítulo 15

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Aaron Müller






Domingos sorria feliz enquanto caminhavamos pelo arial branco da praia ensolarada e só nos os dois estávamos nela. Olho para frente e vejo um menino parecido comigo correndo até nós —— Pai! —— Gritou pulando nos braços de Domingos e assim que ele vira o rosto para mim apenas vejo sangue se espalhando pelo seu peito —— Você mata tudo que toca —— Foram as últimas palavras que escutei antes de acordar abruptamente.





—— Tem alguém lá fora! —— Disse Domingos desesperado e eu levei um tempo para processar o que estava acontecendo e o som de balas me despertou. Envolvo o Domingos nos meus braços e ambos caímos no chão deixando para atrás a cama cheia de buracos —— Daqui não saímos até matar o aquele desgraçado —— Disse um dos homens que continuou atirando —— Não grite ou não saia daqui, tudo bem? —— Balançou a cabeça chorando.







Merda, eu não quero deixá-lo aqui mas preciso da minha arma para poder lutar e mantê-los a salvo e tenho a certeza que o Andreas percebeu que há algo estranho mesmo eles tendo usado silenciadores nas armas —— Preciso verificar se não aconteceu nada com os outros —— Eu não quero que ele me veja tirando uma vida mas deixá-lo sozinho poder ser uma péssima ideia no momento. Tiro a minha arma que deixo debaixo da almofada —— Fique aqui! —— Dou um selinho nele antes de me arrastar pelo chão até chegar a porta do quarto.







O meu irmão deve estar assustado. Eu podia ver a sombra de duas pessoas perto da janela e dois parados na porta. Domingos cobriu a boca quando um dos homens passa perto da janela onde ele está e eu miro na cabeça dele acertando em cheio —— Entrem! —— Não queria que ele visse esse meu lado mas não tenho escolha.




—— Fique atrás de mim! —— Falo indo até Domingos que me obecedeu e eu apontei a arma esperando os invasores e espero que o Andreas tenha escutado o barulho da bala —— Vocês têm muita coragem para vir até aqui —— Digo atirando no primeiro que entrou —— Melhor pensar primeiro antes de atirar nunca sabemos quem pode estar no nosso ponto de mira —— Os inconfundíveis olhos esverdeados me fizeram franzir o cenho —— Não se esqueça do seu trabalho, eu vou ficar bem —— Falou e já estava temendo o que poderia acontecer —— Uma vida por outra, Müller! —— Disse o homem mascarado apontado a arma para a cabeça do meu irmão —— O que você fez com os outros? —— Domingos perguntou tentando passar mas o impeço —— A sua família está em boas mãos isso lhe garanto —— Disse risonho.











Se eu não tivesse bebido talvez não estivéssemos nessa encruzilhada —— Solta o meu irmão! —— Digo apontando a arma para a cabeça dele —— Não ache que esteja numa posição para fazer exigências mas eu tenho uma ideia brilhante. Dá-me esse homem atrás de ti e eu solto o seu querido irmãozinho —— Falou apertando o gatilho lentamente. Eu não posso deixar que ele leve o homem que sou apaixonado mas também não quero que ele magoe o meu irmão ou a família do Domingos, o que faço? —— Você promete não machucar ninguém se eu for com você? —— Disse Domingos me deixando alarmado.








—— Não, você não vai! —— Digo tentando segurar o seu braço mas ele se desviou e na mesma hora senti uma bala perfurando a minha barriga. Caio no chão gemendo de dor e vi outro homem vindo em minha direção enquanto outro brutamontes segurava Domingos —— Eu disse que sempre funciona —— Disse o homem chutando o meu abdómen. Eu reconheço aqueles olhos âmbar de algum lugar mas onde? —— Família! Amor! Essas podem ser a sua maior força mas também a sua maior fraqueza nunca se esqueça disso soldado —— Porque eu não consigo me mexer? Foi só uma bala.







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