Capítulo 40

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Ramos Carvalho Krause


Faz dias que não falo com o meu marido, isso está acabando comigo porém me recuso a ser o primeiro a falar com ele. Viro-me para encarar o telhado branco do meu quarto e de repente sorrio ao lembrar que amanhã terei a minha pequena Gina de volta a casa, poderei abraçar a sua frágil figura e o sentir o cheiro doce igual do Andreas.


—— Não está conseguindo dormir? —— Havia me esquecido que ele ainda estava aqui, o homem não diz nada e só fica olhando para mim com aqueles olhos que me trazem sensações indescritíveis. Dou-lhe as costas mas isso não o impede de pressionar o seu grande corpo contra o meu, sentir o seu braço forte apertando a minha cintura e seu o peso sobre mim trouxe um sentimento de segurança por isso aproximei-me mais dele ao ponto de ouvir o seu coração batendo.


—— Estou um pouco ansioso por ver a Gina —— Balbucio sem coragem para proesar com ele, não depois de tudo que eu disse após fazermos amor mesmo eu sendo sincero sinto que o magoei, o timbre da sua voz grossa era como um afrodisíaco para os meus ouvidos —— Também quero vê-la. A Olga é uma mulher de atitude, admito que não esperava que conseguisse convencer os meus pais tão cedo —— Disse risonho.

—— A minha mãe consegue sempre o que quer. Andy? —— Ergo a voz para tentar relaxar, o meu corpo todo está meio tenso mesmo estando confortável nos braços dele —— Sim, baby! —— Respondeu saboreando a pele exposta do meu pescoço —— Sobre o que eu disse naquele dia… —— Engulo seco diante tanto nervosismo e talvez um pouco de orgulho para admitir que estava errado em parte. Eu viro de frente a ele para me encontrar com o oceano azulejo.



—— Fui duro com você. Eu me sentia abandonado, frustrado e insignificante sempre que mentias aos teus pais para poder vir cá, não justifica nada mas quero que saibas que sinto muito por descontar tudo em ti ao invés de conversar —— Porque é tão difícil manter o contacto visual quando estou sendo sincero com ele, os seus olhos pareciam desnudar a minha alma, tento fugir dos seus braços porém aumentou o aperto ao redor do mim me impedindo.



—— Solta-me, por favor, eu disse asneiras. Andr… hmm ——  A sua língua se enroscou com a minha, pouso as mãos no seu peito quente tentando resistir ao seu toque mas acabei me derretendo quando apertou mais forte a minha cintura, a sua boca chupava a minha com força e vontade, sem fôlego o empurro.

—— Porque fez isso? —— Ofegante, lambeu os lábios finos ainda olhando para a minha boca, sorriu tocando o meu rosto —— Não pôde resistir a vontade de beijar o meu lindo marido —— Brandou sincero, esfregou a ponta do meu nariz usando o seu polegar antes de beijá-lo —— Como eu pude fazer-te sofrer tanto e não perceber? —— Murmurou sôfrego.Sempre fico amuado quando ele tenta conversar comigo, agora vejo que me manter na defensiva e manter tudo para mim também estava o prejudicando. Tento fugir do seu toque como sempre faço quando me vejo obrigado a me abrir com ele mas ele me segurou firme no lugar.





—— Nada do que eu disser ou fizer vai mudar o passado, mas eu quero fazer diferente a partir de agora, meu amor —— Os seus olhos mostravam sinceridade —— Conta outra! Você promete a mesma coisa há anos e no fim acaba me abandonado —— Solto com amargor que guardo em mim —— Não vou pedir que acredite em mim. Se eu tiver que ganhar a sua confiança novamente eu farei mas não se afasta de mim, quero voltar a ter o meu marido, aquele que confiava e depositava as suas mágoas —— Falou dando um beijo.





—— Não guarde tudo para ti, Ramos! O nosso relacionamento é importante para mim e a nossa filha também —— Odeio quando ele me faz sentir seguro com a sua sinceridade, escondo o meu rosto no seu peito quente, é tão bom ter o seu corpo grande junto do meu —— É a sua última chance —— Disse apertando a sua camisa.



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