Capítulo 30

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Aaron Müller

Tudo estava correndo tão bem durante a marcha que não esperávamos o que aconteceu no fim dela. O corpo do meu sogro estava no chão.

—— Sniper no telhado do prédio à nordeste —— Andreas grita correndo para lá.




—— Quero ele vivo —— Ramos levou alguns dos seus homens e seguiram o meu amigo.



O Domingos se ajoelhou ao lado do corpo do seu pai inconsciente.



—— Levanta! Eu sei que você que está vivo —— Aquela cena quebrou o meu coração em mil pedaços.




Ele foi atingido na cabeça, era impossível sobreviver mas não tenho coragem para dizer isso ao meu namorado.




—— Abre os olhos, por favor —— Pediu entre choro  começando a sacudi-lo e não aguentei, guardo a minha arma.




—— A ambulância chega em 5 minutos —— Informou um dos meus homens.



Abraço o meu namorado que apertou mais forte o casaco que ele trazia vestido e ele gritou quando viu o sangue saindo da sua cabeça.

—— Levanta, eu te imploro —— Aperto mais forte o seu corpo, eu não sabia o que dizer no momento.


A ambulância chegou e dois enfermeiros se aproximam de nós com uma maca.

—— Amor, nós precisamos que eles levem o corpo para o hospital —— Balançou a cabeça freneticamente negando-se a se afastar do falecido e me senti cruel pelo que ia fazer mas era necessário, o afastei de João.





Entrei em desespero quando o seu corpo amolceu nos meus braços e o levo até o nosso carro seguindo a ambulância. Chegamos no hospital provincial em questão de minutos por ser próximo da cidade onde fui recebido por duas enfermeiras que o levaram até um quarto.



—— Eu sou o namorado ele, me deixe entrar —— Pediu quando elas me barraram o caminho —— Entendo a sua preocupação mas não pode entrar aqui, espere aqui que trarei notícias sobre o seu namorado —— A mulher vestida de branco.


Vou me sentar enquanto espero por notícias.

—— Onde ele está? —— Escuto a voz da minha cunhada. A Val estava diferente, não parecia aquela menina desleixada e os seus olhos pareciam vagos como se ela estivesse perdida.

—— Onde está o meu pai? —— Perguntou puxando os seus fios roxos e ela estava tremendo.

—— Ele está na casa mortuária mas não acho que seja o melhor momento para você ir vê-lo —— Digo me aproximando dela.




—— O melhor momento? Eu vi a cabeça do meu pai sendo perfurada e achas que não vou conseguir vê-lo? —— A sua voz continha tanta raiva e eu senti o mesmo quando perdi os meus pais mas esse não é o melhor momento para surtar, preciso estar firme para apoiá-los mais do que nunca.



—— Val, eu entendo como se sente mas você precisa se acalmar quando a Ciema e o seu irmão —— Falo tocando o seu ombro e ela fechou os olhos respirando fundo.

—— O que vou dizer para a mãe? —— Soltou indo sentar-se e apoiou as mãos na cabeça.

—— O meu irmão vai passar a vida se culpando, não quero isso para ele —— Fico em silêncio do seu lado esperando o James chegar, coisa que não demorou. Ele estava caminhando de maneira desajeitada mas estou sem cabeça para pensar nisso agora.





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