RECLUSO

Capítulo 8

Osvalda Monteiro

O meu irmão anda me preocupando muito ultimamente, eu acredito na causa dele e justa mas também não consigo deixar de ter medo dos inimigos que existem por aí.

Eu sempre admirei o senso de justiça que o meu irmão tem apesar de ser pouco comum na nossa sociedade ele cresceu com ótimos exemplos.

—— Val! —— Sinto alguém batendo no meu braço e olho para baixo encarando aqueles olhos verdes que faziam o meu peito aquecer e as borboletas dançar na minha barriga. Sorrio me inclinando.

—— Desculpa, bebé estava distraída —— Dou um beijo nos seus lábios macios e rodeio a sua cintura.

—— O que te preocupa? —— James perguntou e eu fiquei sem saber o que dizer porque não sabia como explicar o que eu sentia no momento.

—— É o Domingos —— Digo apertando os meus dreads e James olhava para mim como esperando que eu continuasse.

—— Ele é uma pessoa muito forte quando se trata do trabalho mas eu não quero que ele se magoe —— James apertou a minha cintura e deixou um beijo na minha bochecha.

—— Você já tentou se colocar no lugar dele? —— Fico em silêncio quando escuto essa mas não quis dizer nada e admito que as vezes sou chata por causa disso.

—— Você e o meu irmão são tão parecidos —— Torço o nariz olhando para James incrédulo.

—— Vocês tentam proteger aqueles que amam que acabam magoando as pessoas que deveria proteger. Eu me sinto assim com o Aaron e acho que o Domingos sente o mesmo contigo —— Fico calado pensando nas palavras de James e talvez ele estivesse certo mas eu não consigo evitar de me preocupar com o meu irmão principalmente depois que "aquilo" aconteceu.

—— Ele é uma pessoa muito forte quando se trata do trabalho mas muito sensível quando se trata de amor e o Aaron está sendo muito directo para o meu gosto —— Digo sincera e sinto o peso  em cima de mim diminuir.

—— O Aaron é muito sério e podes ter a certeza que ele não quer só sexo com o teu irmão. Ele não é como certas pessoas —— Disse olhando para mim com os braços cruzados.

—— O que quer dizer com isso? —— Pergunto erguendo uma sobrancelha.

—— Vai me dizer que não é o você quer comigo? —— Me endireito no sofá e massageio a minha têmpora.

—— De onde você tirou isso? —— Ele abaixou a cabeça e eu ergo o seu rosto, os seus olhos marejados me fizeram sentir miserável.

—— Eu sempre observei você desde o primeiro dia que cá cheguei e sempre sais com alguém diferente toda a noite, porque comigo seria diferente? —— Suspiro antes de limpar as suas lágrimas com o meu polegar.

—— Admito que era galinha. —— Ele se afastou do meu toque e tentou sair da sala porém o impedi rodeando a sua cintura e o viro de frente para mim.

—— Solta! —— Disse no seu idioma.

Aperto o seu corpo com cuidado, eu não queria tocar na sua ferida. Erguo o seu rosto e tomo os seus lábios macios e ele correspondeu rodeando o meu pescoço e aproveito para pedir acesso e mergulho a minha língua na sua boca. Sorrio ao notar a diferença de altura entre nós e ele bateu no meu peito quando aperto a sua bunda.