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2013, MAIO

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2013, MAIO.
DIAS DEPOIS.

Escuto batidas na minha janela, tiro meus olhos do notebook e olho em direção ao local que vinha o barulho. Nego com a cabeça ao ver Barbosa parado ao lado de fora, com suas mãos juntas uma na outra e um bico formado em sua boca.

Cara, qual o problema desse garoto?

― Isso só pode ser uma brincadeira. ― disse ao me levantar da cadeira e caminhando até a janela. ― Deve ser algum pecado que eu estou pagando na terra, não tem outra explicação para ele não me deixar em paz um segundo sequer.

Destravo o trinco e abro as pequenas portas da janela, encontrando um sorriso enorme surgindo rapidamente nos lábios de Gabriel, o quê me fez rolar os olhos.

― Gabriel, meu querido, são onze da noite, você não tem algo mais útil a fazer do quê vir encher meu saco? ― perguntei ao apoiar meus cotovelos na janela e observá-lo atentamente. ― Ou até mesmo dormir, deve ser uma boa opção. ― sugeri.

― Eu estava no meu quarto. ― ele apontou para a janela do seu quarto aberta. ― E eu não conseguia dormir, ai vi as luzes do seu quarto acesas e optei por vir ficar com a melhor amiga do mundo. ― sorriu cínico e eu rolei os olhos. ― Não é uma ideia maravilhosa?

Olhei para a janela do quarto dele e observei as luzes apagadas e eu suspirei. Eu tinha Gabriel literalmente em todos os momentos da minha vida, eu não poderia dar um espirro que ele gritava do quarto dele um " saúde". Essa foi a consequência por eu ter meu quarto ao lado do dele?

Eu não poderia negar que eu gostava disso. Eu gostava das vezes que ele fugia no meio da noite e vinha para meu quarto apenas para fofocar ou das vezes que ele desafiava a mãe dele e fugia pela a janela e vinha se enconder em meu quarto.

Eu amava quando eu estava "mal" e ia para minha janela e ele aparecia na dele. Ele me entendia apenas com um olhar, Gabriel sempre aparecia na minha casa e nós maratonava meus filmes favoritos.

Eu amava quando ele fugia e vinha encontro a mim, apenas.

Isso era algo tão natural nosso, que nossas mães nem se assustavam mais quando um dos seus filhos não dormia em casa. Elas sabiam que um sempre estaria na casa do outro, sempre foi assim e eu espero ainda ser no futuro.

A vida dele tava mudando. A minha também. Tenho medo dela nos afastar, afinal, até quando Gabriel ainda iria permanecer ao meu lado?

― Eu posso entrar? ― Gabriel pediu manhoso e eu pisquei meus olhos, saindo dos meus pensamentos, voltando a olhar seu rosto. ― Aqui fora está tão frio, Ste... ― choramingou fazendo bico.

― Eu deveria te deixar congelando ai fora, bobão. ― comentei e ele fez cara de cachorro pidão. ― Vem, entra antes que eu me arrependa.

Sai da janela e voltei em direção a escrivaninha, puxei a cadeira e me sentei na mesma. Ignorei a presença do moreno em meu quarto e voltei a escrever no aplicativo de escrita.

TEMPO CERTO ― GABRIEL BARBOSA( EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora