Dois Impérios - Imagine Park Jimin e Kim Taehyung

O Peso do Poder

Estou nos aposentos onde as mulheres da nobreza costumam se arrumar para eventos importantes, estão presentes parentes, amigas e as minhas damas de companhia. Eu estou concentrada tentando repassar na minha mente como devo me comportar hoje durante o ritual de coroação, porém, a conversa que vi ontem a noite entre Taehyung e Jimin ainda me intriga. Por que será que Tae estava chorando? Tudo isso me deixou ainda mais confusa quando ele chegou no nosso quarto e disse que me amava. Será que devo contar a ele sobre o que vi ontem a noite? Sou tirada dos meus devaneios por uma voz doce feminina:

— Vossa Majestade! — Fala Helena toda sorridente se aproximando. — Está tão linda! Deve ser maravilhoso a sensação de se tronar Imperatriz, são poucas as pessoas que tem o privilégio de serem ungidas.

— Helena, sabe que pode me chamar pelo meu nome, não estamos perante a corte ou em um evento formal. — Eu a peço com gentileza. — E realmente, são poucos que podem ser ungidos. — Eu falo com carinho para minha prima, ela ainda tem uma visão de conto de fadas da monarquia. — Mas eu considero isso mais como uma responsabilidade e um dever do que mérito.

— É verdade, vendo por esse lado, é uma grande responsabilidade e pressão assumir como Imperatriz. — Helena reflete sobre a minha posição. — Você está nervosa?

— Hoje não. — Sou sincera com minha prima. — Mas tive momentos em que entrei em uma crise existencial e achava que não seria capaz de assumir esse cargo. Então, eu refleti e conversei com... uma... pessoa. — Quase falo o nome de Jimin. — Essa pessoa me ajudou muito e me fez enxergar que só iria me prejudicar ficar sofrendo por antecipação, é inevitável, terei que cumprir meu dever.

— Que bom que encontrou um conforto para assumir a sua posição. — Helena fala carinhosamente. Apesar de Helena ser uma garota com pouca experiência, ela é uma pessoa com um coração lindo e encantador pela sua inocência. — S/n, eu posso te perguntar uma coisa?

— Claro, minha querida! — Respondo gentilmente.

— O Jungkook falou algo sobre mim no jantar que vocês tiveram ontem? — Helena pergunta esperançosa.

— Pelo o que eu me lembro, não. — Vejo a expressão dela murchar, sinto pena dela. Tae já comentou comigo que Jungkook é o mais resistente dos irmãos em se casar. Eu não quero que Helena fique correndo atrás de uma pessoa que não a corresponde, ainda mais que não vejo possibilidade do Imperador da Coreia concordar com tal casamento.

— Hum eu acho que a Celina tem razão: Ele não gosta de mim. — Ela fala com um tom triste. — Não conte para Celina que eu lhe perguntei, ela sempre me diz que devo esquecer Jungkook.

— Não se preocupe, Helena, não vou comentar nada sobre isso com Celina, mas ela diz isso porque quer te proteger, e acima de tudo, não quer que você sofra. — Eu explico a ela. — Eu não sei como é a interação entre você e Jungkook. — Falo com sinceridade para minha prima. — Embora, ele seja muito bonito e tenha várias qualidades, você não merece ficar se humilhando atrás dele. Você merece alguém que corresponda esse sentimento.

— Eu entendo... — Helena fala olhando para baixo. — Eu estou sendo... uma idiota.

— Não, você está agindo conforme os seus sentimentos. — Eu digo pegando sua mão. — Mas existe uma linha tênue entre o que sentimos pelas outras pessoas e o nosso amor próprio. Quando o que sentimos pelos outros passa o limite do nosso amor próprio. Então, talvez não valha a pena investir nesse sentimento.

— Hum eu não sei. — Ela fala em um misto de tristeza e constrangimento. — Eu tenho esperança de ele ainda gostar de mim...

— Eu te entendo, meu bem. — Eu respondo refletindo como é difícil mandar nos próprios sentimentos.