Reminiscência

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Olho para movimentação das águas do rio Han, esse é um bom lugar para pensar. Hoje, em especial, a angustia consome minha mente, acabei de me dar conta que daqui a duas semanas será aniversário de meu pai, esse será o seu primeiro aniversário sem a presença da minha mãe. Com certeza, para todos nós esse ano, será completamente diferente. Depois que minha mãe faleceu, tudo que já era complicado se tornou ainda mais, principalmente, a minha relação com meu pai, aos meus olhos, quanto mais eu tento agradá-lo mais repulsa ele parece ter pela minha pessoa. Tudo que eu mais gostaria era ter o seu conforto paterno, neste momento de luto, mas me sinto como a pessoa mais inútil e incompetente quando estou na sua presença.

Sou despertado dos meus pensamentos quando sinto a maciez de duas pequenas mãos alvas que surgem por trás de mim e fecham meus olhos.

— Deixa eu adivinhar. — Digo em tom de brincadeira, fugindo não saber quem está impedindo minha visão. — Humm... é aquela garota que encontrei ontem depois da minha aula de francês? — Obviamente é uma mentira, apenas para implicar com ela, no mesmo instante, sou golpeado com força no tornozelo pela ponta do seu sapato. — Uau! — Exclamo alto com dor, mesmo assim, ela se mantém tampando meus olhos. — É brincadeira, calma, deixa pensar melhor — continuo provocando-a, sinto ela bufar nas minhas costas. — Já sei, é garota mais chatinha de Seul. — Digo, em seguida, solto uma gargalhada.

— Tae! — Ela perde a paciência e me solta, tomando o caminho contrário.

— Hey, calminha, espera. — Eu dou alguns passos mais rápido para ficar em sua frente e impedir sua passagem. Ela evita olhar para mim, virando o rosto e fazendo um bico de uma maneira fofa. — Você não me esperou terminar, também é a garota mais bonita, fofa, prestativa, a melhor amiga que se pode ter, mas principalmente, é dona do meu coração. — Digo me aproximando, falando em um tom mais baixo para somente ela ouvir.

Neste momento, percebo que a carranca dela se desfaz por alguns segundos em um breve sorriso, logo em seguida, ela volta a fazer a expressão zangada.

— Não adianta tentar me agradar agora... — Ela diz ainda com a expressão emburrada.

— Eu faço isso, só porque adoro ver você assim, toda zangadinha. — Eu falo sorrindo me aproximando dela. — Você fica ainda mais linda, Baechu.

— Não me chame de Baechu, você sabe que eu detesto esse apelido besta. — Eu rio mais ainda com a sua reação. — Eu nem gosto de repolho.

— É justamente por isso que vou continuar te chamando de "Baechu" — uso uma entonação mais grave, para implicar ainda mais com ela. — Para você ficar com esse biquinho lindo, minha repolhinha. — Me aproximo rapidamente e roubo um rápido selar dos lábios dela.

— Tae, hoje você está impossível! — Ela diz em tom de repreensão. — Alguém pode nos ver. — Ela olha para os lados preocupada.

— Se alguém ver, o que vai poder fazer? — Digo em tom divertido. — Obrigar nós nos casarmos, esse já é nosso plano, certo?

Não era a primeira vez que nos beijávamos, mas em um lugar público como onde estamos torna tudo mais arriscado. A verdade é que não vejo a hora de firmamos nosso contrato de casamento, pretendo conversar com meu pai o quanto antes, para que assim que eu fizer dezoito anos e eu possa pedir a mão de Joohyun.

— Você pode mudar de ideia, Tae — ela diz em tom receoso — vai que você encontra uma garota mais interessante, bonita e jovem que eu.

Ela insiste em falar sobre nossas idades, ela é mais velha que eu, mas isso não tem nenhuma importância para mim.

— Ah é verdade, me desculpe, Noona. — Falo, continuando a implicância com ela.

— Ahh não, eu já disse que não precisa me tratar por honorífico. — Diz enquanto se senta em um banco próximo à beira do rio Han. — O que deu em você? Tirou o dia de hoje para pegar no meu pé?

Dois Impérios - Imagine Park Jimin e Kim TaehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora